domingo, 10 de maio de 2015

Geraldo


               Comecei a filmar película de 16mm em 1951. Em 1952 fiz “O Desastre”, melodrama sobre um garoto atropelado e o desvelo do irmão, pobre, para trata-lo pedindo a ajuda do padrasto que afinal se negava e era assassinado. Com este filme de 10 minutos meu colega de turma no Colégio Moderno, Geraldo Guimarães, estreava na minha Eldorado(o nome da “produtora”).

               Geraldo acompanhou-me nos anos dos cursos ginasial e cientifico, era assíduo em minha casa, me acompanhava aos cinemas, ao Mosqueiro, e fatalmente seria “ator”de minhas historias.

               Mais tarde formado em Química , professor e depois vice-reitor da UFPa, casou, virou pai, andou um tempo ligado à religião (eu dizia que só faltava ser diácono) e agora, aos 78, morreu ao que me dizem de infecção hospitalar.

               Generaldo, como eu chamava, foi parte de minha adolescência e com a sua partida ela fecha mais uma pagina. Dos filmes que fez, além de “O Desastre” só “Um Dia de Azar”(que não deu certo), e da dupla só resta o primeiro.Sei que vai ser exibido no Olympia em junho com musica acompanhando(era mudo). Homenagem ao Geraldo e ao Agostinho Barros, outro colega, outro amigo de muitas horas (e que fez ainda mais filmes na Eldorado).

               Queria mais imagens desses companheiros de tantas horas. Vendo-as evocaria os tais verdes anos do poeta. Mas os neurônios suprem.

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