Nos idos de 1940/50 o cinema mexicano produzia em massa o
que a gente chamava de “cine bolero”. Cada filme trazia um bolero assinado por
Augustin Lara & seguidores. Aqui em Belém “Pecadora”(1947) de José Diaz
Morales emplacou 2 semanas no Olímpia quando o normal da casa era de duas estreias
em uma semana. E eu lembro de dezenas desses filmes, muitos vetados à minha
idade na época pois o normal era focar o meretrício e mulheres que arranjavam
amantes violentos e...tuberculose.
Os
melodramas mexicanos tinham 3 distribuidoras no Brasil: a exclusiva Pel-Mex , a
norte-americana Columbia, e a nacional Art Filmes.Sobrava um pouco para a RKO
de Howard Hughes. O selo Pel-Mex chegou a ganhar um slogan do exibidor local
que controlava os cinemas Moderno, Independência e Vitoria (Victor e Arthur
Cardoso, ambos médicos e meus colegas por um período):”Dura lex sed lex filme
bom é da Pel-Mex”).Piada.
Hoje a indústria
cinematográfica mexicana mudou muito. Mas é bom lembrar que mesmo no tempo dos
boleros havia o que dirigia “El índio” Emilio Fernandez com fotografia de um
mestre internacional: Gabriel Figueroa. “A Perola” é um exemplo.
Agora
está em Belém um programa vasto de filmes mexicanos enviados pelo consulado do
país. Um “Bajo la Metralla” de Felipe
Cazals expões muito bem a variedade e qualidade dos produtos.
No
filme citado um grupo de guerrilheiros urbanos, certamente inspirados pela Cuba
de Fidel, atacam políticos com metralhadoras. O fim é previsível, mas há uma
discussão interessante sobre valores revolucionários, ou politicas populistas.
Não chega a ser um tratamento profundo, mas abre espaço para debates após a
projeção. Isto mostrado em imagens bem
trabalhadas, com bons interprete embora sem sair de todo de estereótipos de
Bonnie & Clyde.
Volto
ao assunto outra vez.
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