quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
A Chegada
“A
Chegada”(Arrival) vem de um conto de Ted Chiang ("Story of Your Life" ) que eu não conheço.A
historia da vida de Louise Banks (no filme Amy Adams) ampara seu trabalho de
tradutora e em especial de possível mensagem advinda de seres de outro planeta
que chegam à Terra em muitas naves de forma oval.Como a professora poliglota
vai achar um meio e entender a possível fala de ets e como grunhidos podem
significar formas de fala. Na superfície o novo trabalho do diretor Denis
Villeneuve é isso. Mas assim como é difícil a comunicação com outro mundo
também é difícil entender o que se passa no intimo de uma pessoa, no caso da
mulher que perdeu a filha cedo, que vive só, que sempre evoca a imagem da
menina que amava e que traduz esse amor na evocação de abraçar o bebê nos
closes que abrem o filme.
Louise na lembrança de sua menina, de um
passado que adentra a narrativa sem usar
da métrica de flash-back tradicional, é um exemplo de ser humano que soube (ou
sabe)amar. Como tal ela não aceita um anuncio chinês de bombardear as naves
extraterrestres. Não aceita a ideia de que o que não se conhece se elimina. E à
medida em que luta para decifrar as imagens dadas pelos ets ela tenta evitar
uma guerra interplanetária, ou mais um exemplo da porfia belicista do ser
humano.
O diretor lembra o colega Terrence Malick com
poucas explicações e muitos closes e muito contra-luz, significando justamente
o desafio de tentar entender um outro plano de vida. Um colega de Louise no
trabalho do governo americano pela comunicação com os estranhos “invasores”
chama os estranhos de Abott e Costello lembrando os comediantes dos anos 40/50.
O “apelido” ganha o tom do simplório mascarando um contato que se mal
interpretado pode ser perigoso. Mas é um et quem diz (ou se pensa que diz) que
no passado ajudou a humanidade. Ora, os deuses não eram astronautas?(Eric Von
Daniken)
“A Chegada” arrisca o tom no final, quando a
professora ianque fala com um líder chinês. O diretor vai além com prudente
reticencia. O dialogo não é apenas um trabalho cientifico. Fala-se com o
intimo, com as pessoas queridas, e muitas vezes nem precisa de palavras para
“dizer”. Esta é a base do argumento- e talvez do conto original. Lembra outras
abordagens semelhantes na historia do cinema é cutucar com vara curta as obras
máximas da ficção-cientifica.Em “Solaris”, por exemplo, o amor renasce como uma
ameaça. Tanta riqueza de conteúdo banha o filme do diretor canadense que fez
“Sicario” e “Incêndio”. Podia ter se afogado na pretensão do argumento, mas
nada muito bem a ponto de transformar seu trabalho numa prova olímpica de
cinema sensível.
Obrigatório.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
A Chegada, novo filme de Denis Villeneuve, diretor dos excelentes “Os Suspeitos” e “Sicário”, não é apenas uma história sobre o primeiro contato dos homens com seres extraterrestres, ainda que eles estejam fortemente presente ao longo do filme.
ResponderExcluirA Chegada é um filme sobre nós, seres humanos.
É um filme sobre nossos medos diante do desconhecido, diante do futuro, diante do percurso.
É um filme sobre nossa incapacidade de se comunicar. Incapacidade esta que não se encontra restrita em falar com ETS, mas principalmente em falarmos entre nós e com si.
Sendo esta incapacidade que nos leva a diferentes medos. Entre eles o medo de viver e aproveitar o percurso.
A Chegada tem a sensibilidade do cinema de Terrence Malick e é instigante como os melhores filmes de ficção-científica já realizados na história do cinema.
Programa quase obrigatório para quem gosta da sétima arte e um dos melhores filmes exibidos em Belém neste ano.
Eu adorei o filme vale a pena assistir. Ancho que A chegada é umo dos melhores filmes com Amy Adams esta impecável no filme. Ela sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Seguramente o êxito deste filme deve-se a participação dela no filme. Além, acho que a sua participação neste filme de ficção cientifica, realmente ajudou ao desenvolvimento da história.
ResponderExcluir