“Animais Fantasticos...” é uma
espécie de prequels de Harry Potter. Como a historia se passa em New York os
bruxos afirmam que a escola inglesa Hogwartz é inferior à norte-americana.
Bilionária graças aos EUA J.K. Rowling puxa a sardinha para a terra do Tio Sam
e no seu livro-roteiro de cinema “Fantastics Beasts and Where to Find Them”ela
trata de simpáticos bruxinhos que deixam a Big Apple em ruinas mas não demora a
refazerem o estrago na linha daquele método de filmar em que se joga de um
trampolim numa piscina e se volta a ele graças à inversão da câmera.
O argumento tem por base a troca de maletas de
um “avô” de Harry Potter, chegado à América dos anos 1920 com uma pronuncia que
diz “gail” ao falar “girl”, com um gordinho bonachão que tenta emprego numa
agencia comercial. A troca gera a liberdade dos “fantásticos animais” e a
consequente atenção de bruxos maiores que não são tão simpáticos e arremedam
que no novo mundo há parentes dos vilões de Hogwartz.
Claro
que surge no bojo da historia a mocinha que no final flerta com o inglês quando
este embarca de volta à sua terra natal. Só que o súdito de S.Majestade é
interpretado por Eddie Redmayne e o ator dono do Oscar por “A Teoria do Tudo”é
de uma expressão tão indigente como pede o papel que agora bem lhe coube. Dá para pensar que a bruxaria americana não é
nada romântica. Nem se voa em vassoura.
O
filme usa e abusa de CGI. Há efeitos visuais que vão de ruas rasgadas como
papel de embrulho a monstros careteiros de assustar menino(a) chorão. Nesse
quadro o trabalho do diretor David Yates, acostumado com Potter & Cia, dá-se
bem. Mas o excesso é flagrante. O filme é um show pirotécnico com ligeira
licença cômica em Dan Fogler que faz Jacob Kowalski. O grosso é figuras
moldadas em computadores que se misturam em uma edição tipo metralhadora (a
celebe “machine gun cut”).
Achei
que Rowling teve uma crise de excesso de imaginação, ou abriu demais a sua mala
de bruxinhos. Nós, os “trouxas” que vemos as aventuras de bruxos desde a série
HP podemos até aplaudir desde que atraídos pela nostalgia da época em que a
série de historias de magias começou a sair em livros e filmes. O replay
tentado agora parece superlotado de imagens. Nisso o conteúdo naufraga. Se há moral
de historia como nas fabulas esta é de que o ato de se brincar com a magia desencanta.
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