segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Animais Fantásticos Onde Habitam

“Animais Fantasticos...” é uma espécie de prequels de Harry Potter. Como a historia se passa em New York os bruxos afirmam que a escola inglesa Hogwartz é inferior à norte-americana. Bilionária graças aos EUA J.K. Rowling puxa a sardinha para a terra do Tio Sam e no seu livro-roteiro de cinema “Fantastics Beasts and Where to Find Them”ela trata de simpáticos bruxinhos que deixam a Big Apple em ruinas mas não demora a refazerem o estrago na linha daquele método de filmar em que se joga de um trampolim numa piscina e se volta a ele graças à inversão da câmera.
                O  argumento tem por base a troca de maletas de um “avô” de Harry Potter, chegado à América dos anos 1920 com uma pronuncia que diz “gail” ao falar “girl”, com um gordinho bonachão que tenta emprego numa agencia comercial. A troca gera a liberdade dos “fantásticos animais” e a consequente atenção de bruxos maiores que não são tão simpáticos e arremedam que no novo mundo há parentes dos vilões de Hogwartz.
                Claro que surge no bojo da historia a mocinha que no final flerta com o inglês quando este embarca de volta à sua terra natal. Só que o súdito de S.Majestade é interpretado por Eddie Redmayne e o ator dono do Oscar por “A Teoria do Tudo”é de uma expressão tão indigente como pede o papel que agora bem lhe coube.  Dá para pensar que a bruxaria americana não é nada romântica. Nem se voa em vassoura.
                O filme usa e abusa de CGI. Há efeitos visuais que vão de ruas rasgadas como papel de embrulho a monstros careteiros de assustar menino(a) chorão. Nesse quadro o trabalho do diretor David Yates, acostumado com Potter & Cia, dá-se bem. Mas o excesso é flagrante. O filme é um show pirotécnico com ligeira licença cômica em Dan Fogler que faz Jacob Kowalski. O grosso é figuras moldadas em computadores que se misturam em uma edição tipo metralhadora (a celebe “machine gun cut”).
                Achei que Rowling teve uma crise de excesso de imaginação, ou abriu demais a sua mala de bruxinhos. Nós, os “trouxas” que vemos as aventuras de bruxos desde a série HP podemos até aplaudir desde que atraídos pela nostalgia da época em que a série de historias de magias começou a sair em livros e filmes. O replay tentado agora parece superlotado de imagens. Nisso o conteúdo naufraga. Se há moral de historia como nas fabulas esta é de que o ato de se brincar com a magia desencanta.
               

                  

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