Realmente
faz falta roteirista como Richard Matheson. O filme “O Espaço Entre Nos”(The
Space Between Us) parte de uma boa ideia e desperdiça essa ideia num emaranhado
e furos que daria uma enciclopédia dos que pescam cochilos cinematográficos.
A
historia de Stwart Schill, Richard Barton e Alan Loeb passa pelo roteiro do
ultimo como um menino nascido em Marte que deseja conhecer o pai na Terra(pois
a mãe havia morrido por ocasião do parto) e ao chegar aqui sente todos os
problemas físicos da diferença de gravidade e oxigenação. E mais: desde Marte,
mexendo em computador, ele que já tem 16 anos, passa a namorar uma garota
terrestre que lhe espera e no nosso planeta segue seus passos num namoro até
que a dificuldade de adaptação leve o moço de volta ao mundo onde nasceu.
Os
furos são tantos que nem vale a pena mencionar um por um. Mas espanta quando se
sabe que a mãe do marcianinho já embarcou gravida na nave espacial. E a viagem
deve ter demorado mais tempo do que a gestação embora o parto só se tenha dado
no planeta vermelho. Depois há um monte de facilidades, como as viagens interplanetárias,
os carros sempre à disposição das personagens, e o caso médico do garoto, diagnosticado
com cardiomegalia (coração grande)além de
ossos “finos”. Mesmo assim ele se salva de afogamento e espera viajar de
volta ao seu mundo deixando a namoradinha triste.
Uma
trama que enfocasse as diferenças físicas dos que tentam viver nos dois
planetas seria curiosa se levada um pouquinho mais para a ciência. O problema é
que o filme apostou nos fãs de “Crepúsculo” e outras drogas românticas hoje
vendidas não só em cinema como em literatura. Felizmente as plateias mundiais
não embarcaram nessa nave espacial fajuta. Talvez porque o final do romance
fique reticente. Se levassem a garota terrestre para viver com o amado no novo
mundo por certo a bilheteria seria mais favorável. Mesmo apostando num realismo
“cômico” nada se salva. Ainda bem que não perdi tempo indo a cinema ver essa
coisa que chegou com mais copias dubladas (e eu penso no ridículo das
falas...). Vi graças a internet. O caso volta a dizer que Hollywood perdeu a
imaginação. Quando surge uma ideia interessante logo se apaga nas formulas que
hoje se acham mais acessíveis aos garotos e garotas que pagam ingresso em
cinema comercial.
Ah sim,
o diretor chama-se Peter Chelson. Inglês, já cometeu “Escrito nas Estrelas”.O
melhor seria embarca-lo para um planeta de outra estrela, bem longe deste nosso
mundo.
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