terça-feira, 11 de abril de 2017

O Espaço Entre Cinema e Inteligencia

                Realmente faz falta roteirista como Richard Matheson. O filme “O Espaço Entre Nos”(The Space Between Us) parte de uma boa ideia e desperdiça essa ideia num emaranhado e furos que daria uma enciclopédia dos que pescam cochilos cinematográficos.
                A historia de Stwart Schill, Richard Barton e Alan Loeb passa pelo roteiro do ultimo como um menino nascido em Marte que deseja conhecer o pai na Terra(pois a mãe havia morrido por ocasião do parto) e ao chegar aqui sente todos os problemas físicos da diferença de gravidade e oxigenação. E mais: desde Marte, mexendo em computador, ele que já tem 16 anos, passa a namorar uma garota terrestre que lhe espera e no nosso planeta segue seus passos num namoro até que a dificuldade de adaptação leve o moço de volta ao mundo onde nasceu.
                Os furos são tantos que nem vale a pena mencionar um por um. Mas espanta quando se sabe que a mãe do marcianinho já embarcou gravida na nave espacial. E a viagem deve ter demorado mais tempo do que a gestação embora o parto só se tenha dado no planeta vermelho. Depois há um monte de facilidades, como as viagens interplanetárias, os carros sempre à disposição das personagens, e o caso médico do garoto, diagnosticado com cardiomegalia (coração grande)além de  ossos “finos”. Mesmo assim ele se salva de afogamento e espera viajar de volta ao seu mundo deixando a namoradinha triste.
                Uma trama que enfocasse as diferenças físicas dos que tentam viver nos dois planetas seria curiosa se levada um pouquinho mais para a ciência. O problema é que o filme apostou nos fãs de “Crepúsculo” e outras drogas românticas hoje vendidas não só em cinema como em literatura. Felizmente as plateias mundiais não embarcaram nessa nave espacial fajuta. Talvez porque o final do romance fique reticente. Se levassem a garota terrestre para viver com o amado no novo mundo por certo a bilheteria seria mais favorável. Mesmo apostando num realismo “cômico” nada se salva. Ainda bem que não perdi tempo indo a cinema ver essa coisa que chegou com mais copias dubladas (e eu penso no ridículo das falas...). Vi graças a internet. O caso volta a dizer que Hollywood perdeu a imaginação. Quando surge uma ideia interessante logo se apaga nas formulas que hoje se acham mais acessíveis aos garotos e garotas que pagam ingresso em cinema comercial.

                Ah sim, o diretor chama-se Peter Chelson. Inglês, já cometeu “Escrito nas Estrelas”.O melhor seria embarca-lo para um planeta de outra estrela, bem longe deste nosso mundo.

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