quarta-feira, 19 de abril de 2017

Musicais

                Os melhores musicais norte-americanos estão no cinema Olympia, a maioria de volta ao espaço que os lançou comercialmente, marcando o 105° aniversário da casa.
                “Meias de Seda” tem dois monstros sagrados da dança: Fred Astaire e Cyd Charisse. O roteiro reprisa a historia de Ninotchka, o filme com Greta Garbo, mostrando Cyd como a soviética que vai a Paris disciplinar os russos que para ali foram enivados em missão diplomática e se acostumaram com as atrações turísticas (e sexuais). Nunca esqueci Peter Lorre dançando (ou fingindo que dança) e um numero antológico do casal de dançarinos. Foi um esforço do diretor veterano Rubem Mamoulian que se queixou do enquadramento cinemascope a que ele não estava acostumado.
                “Sete Noivas Para Sete Irmãos” pega o Rapto das Sabinas no oeste norte-americano com um grupo de hábeis dançarinos, como Russ Tamblyn, não só roubando as moças como construindo uma casa em passos de dança. Antológico.
                “Gigi” é o meu musical preferido e o ultimo da Metro. Venceu 9 Oscar,inaugurou aqui o Cine Palácio e não exibe danças mas o canto não tem jeito de opereta. Maurice Chevalier abre apresentando a menina imaginada pela escritora francesa Colette e que foi bem moldada por Leslie Caron. Louis Jourdan, morto em 2015 com mais de 90 anos, é o conquistador milionário que ao perceber a beleza adulta da garotinha Gigi que ele viu crescer dá margem à uma das mais belas canções do filme muito bem dirigido por Vincente Minnelli. Sempre bom de rever,
                E “Cantando na Chuva” hoje provoca lagrimas. Ver Debbie Reynolds muito jovem e bonita, sabendo que já se foi, dá um quadro de saudade ao dançar com Gene Kelly e Donald O’Connor,todos hoje dançando em outras nuvens.
                E há o belíssimo “Sinfonia de Paris”, outro vencedor de Oscar, com Gene Kelly co-dirigido e em momentos inspirados quando executa um final apoteótico.
                Esses musicais fizeram a alegria dos cinemeiros de ontem e eu os vi na estreia, ajudando a memoria de uma época.

                

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