Os
melhores musicais norte-americanos estão no cinema Olympia, a maioria de volta
ao espaço que os lançou comercialmente, marcando o 105° aniversário da casa.
“Meias
de Seda” tem dois monstros sagrados da dança: Fred Astaire e Cyd Charisse. O
roteiro reprisa a historia de Ninotchka, o filme com Greta Garbo, mostrando Cyd
como a soviética que vai a Paris disciplinar os russos que para ali foram
enivados em missão diplomática e se acostumaram com as atrações turísticas (e
sexuais). Nunca esqueci Peter Lorre dançando (ou fingindo que dança) e um
numero antológico do casal de dançarinos. Foi um esforço do diretor veterano
Rubem Mamoulian que se queixou do enquadramento cinemascope a que ele não estava
acostumado.
“Sete Noivas
Para Sete Irmãos” pega o Rapto das Sabinas no oeste norte-americano com um
grupo de hábeis dançarinos, como Russ Tamblyn, não só roubando as moças como
construindo uma casa em passos de dança. Antológico.
“Gigi”
é o meu musical preferido e o ultimo da Metro. Venceu 9 Oscar,inaugurou aqui o
Cine Palácio e não exibe danças mas o canto não tem jeito de opereta. Maurice
Chevalier abre apresentando a menina imaginada pela escritora francesa Colette
e que foi bem moldada por Leslie Caron. Louis Jourdan, morto em 2015 com mais
de 90 anos, é o conquistador milionário que ao perceber a beleza adulta da
garotinha Gigi que ele viu crescer dá margem à uma das mais belas canções do
filme muito bem dirigido por Vincente Minnelli. Sempre bom de rever,
E “Cantando
na Chuva” hoje provoca lagrimas. Ver Debbie Reynolds muito jovem e bonita,
sabendo que já se foi, dá um quadro de saudade ao dançar com Gene Kelly e
Donald O’Connor,todos hoje dançando em outras nuvens.
E há o belíssimo
“Sinfonia de Paris”, outro vencedor de Oscar, com Gene Kelly co-dirigido e em
momentos inspirados quando executa um final apoteótico.
Esses
musicais fizeram a alegria dos cinemeiros de ontem e eu os vi na estreia,
ajudando a memoria de uma época.
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