Na mostra de filmes espanhois que o Olympia exibirá em
setembro um titulo me impressionou bastante: “Nem Tudo é Vigília”(Nio Todo es
Vigilia) de Hermes Parallusio.
O assunto é a velhice. Os avós do cineasta são focalizados
como parte de um tipo de documentário. Começa com o homem no hospital e a
mulher dele visitando-o. Depois, já em casa, os dois são vistos na forma que a
idade lhes deixou: ela sempre usando um andador, ele andando lentamente para não
cair, ela falando muito dos tempos passados, ele comentando em síntese. Perto
do fim do filme, uma narrativa extremamente lenta que acompanha dessa forma a
rotina dos velhinhos, a câmera fixa-se no quadro deles jovens, em tempo de
casamento. Segundo dizem já faz mais de 60 anos. O enfoque com musica de fundo
ganha perto de 5 minutos na tela. Depois se vê o casal saindo de casa e falando
do passado. Nada acontece de gravidade.
É simplesmente o enfoque da vida em crepúsculo, da resistência dos órgãos ao
desgaste natural do tempo. A lembrança do silogismo irregular que diz “a vida é
um conjunto de fatores que resiste à morte”.
Triste
e ao mesmo tempo lírico, o filme é difícil de degustar como peça de cinema. Mas
é o quadro realista do passar do tempo para certas pessoas. Com paciência,
vejam.
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