sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Nem Tudo é Vigilia

Na mostra de filmes espanhois que o Olympia exibirá em setembro um titulo me impressionou bastante: “Nem Tudo é Vigília”(Nio Todo es Vigilia) de Hermes Parallusio.
O assunto é a velhice. Os avós do cineasta são focalizados como parte de um tipo de documentário. Começa com o homem no hospital e a mulher dele visitando-o. Depois, já em casa, os dois são vistos na forma que a idade lhes deixou: ela sempre usando um andador, ele andando lentamente para não cair, ela falando muito dos tempos passados, ele comentando em síntese. Perto do fim do filme, uma narrativa extremamente lenta que acompanha dessa forma a rotina dos velhinhos, a câmera fixa-se no quadro deles jovens, em tempo de casamento. Segundo dizem já faz mais de 60 anos. O enfoque com musica de fundo ganha perto de 5 minutos na tela. Depois se vê o casal saindo de casa e falando do passado.  Nada acontece de gravidade. É simplesmente o enfoque da vida em crepúsculo, da resistência dos órgãos ao desgaste natural do tempo. A lembrança do silogismo irregular que diz “a vida é um conjunto de fatores que resiste à morte”.

                Triste e ao mesmo tempo lírico, o filme é difícil de degustar como peça de cinema. Mas é o quadro realista do passar do tempo para certas pessoas. Com paciência, vejam.

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