Escrito por Chase Palmer, Cary Fukunaga e Gary
Dauberman, com direção de Andy
Muschietti “It”(A Coisa) deriva de uma historia
de Stephen King que já havia chegado ao cinema
; Na superfície pode ser visto como um filme de terror em que crianças
moradoras em uma pequena cidade chamada Derry desaparecem numa casa devidamente
assombrada onde se esconde um palhaço conhecido como Pennywise que as mata de medo.Contra esse quadro um
grupo de jovens na faixa de 13 ou 14 anos resolve enfrentar o palhaço medonho,
compreendendo que “a união faz a força”.
Felizmente o filme deixa mais subsídios
ao espectador exigente. Pode ser visto como uma alegoria em que o palhaço é o
que sintetiza um temor que os mais velhos impõem nas crianças para melhor
dominá-las. Os contos de fadas cabem nisso. No caso de “It” há detalhes que
evidenciam a metáfora como um pai que além de despótico se mostra até passível de
seduzir a filha, uma senhora mãe que pastoreia o seu menino e outros
personagens que inclusive são alvos de bullying. Lendo assim, o palhaço é o próprio
medo. E a garotada vai percebendo, quando unida, que o único meio de escapar
desse monstro é se unir na luta contra ele.
Há mais: um menino persegue seu
barquinho de papel feito pelo irmão mais velho
nas aguas servidas que correm pelas valas das ruas. Quando o barquinho
cai no esgoto ele tenta tirá-lo com a mão mesmo sabendo do perigo que isso
enquadra- mas pior medo é a repreensão fraterna. Na busca pelo esgoto depara
com o palhaço. E cai no buraco cheio de agua poluída.
O amago do terror está não só nas caras
feias mas no asco provocado pela podridão ambiente. Diga-se o medo é imundo.
Vendo assim –e há motivo para se ver
assim, “A Coisa” é o melhor de King no cinema desde “O Iluminado” de
Kubrick(que por sinal o escritor não gostou e achou de fazer uma versão muito
ruim).
Um filme insinuante. E bem dirigido,
com um grupo de atores novatos que promete, em especial Jack Grazer(Eddie) e a
muito bonita Sophia Lillis(Bev). Vale as duas horas que v. passa no cinema
aturando comerciais e trailers que em sua maioria nunca serão exibidos em nossas salas de shopping;
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