domingo, 1 de outubro de 2017

O Estranho que nós Amamos

“The Beguiled” romance de Thomas Cullinan foi ao cinema em 197l por Don Siegel com Clint Eastwood. Foi um filme estranho na carreira de Eastwood então afeito a western. Ele fazia o soldado ianque durante a Guerra da Secessão que surgia ferido nas vizinhanças de uma escola de moças e pelas jovens e a diretora do lugar, era abrigado, tratado, e depois sacrificado quando sofria mutilação (perde uma perna) por conta do tratamento de emergência à infecção que pegou. O tema serve agora ao filme de Sofia Coppola que recebeu o mesmo nome tanto no original como em português (“O Estranho que nós Amamos”). Por ele Sofia ganhou premio em Cannes.E muitos elogios até apressados de quem certamente não lembra ou não viu o de Don Siegel.
            A meu ver a nova versão é comportada, sintética e com produção eficaz assim como interpretações. Mas ainda voto na anterior. Lembro bem da mascara de Eastwood e de como ea recebido por Geraldine Page. Elzabeth Hartman, Jo Ann Harris e outras figurantes. O tema não me parece ter mudado e nem evoca o machismo que se diz agora quando se compara com a versão atual que seria “feminista”( como ?!).
            Nicole Kidman, Kristen Dunsten e a irmã de Dakora Fanning, Elle, não acrescentam ao que mostraram suas antecessoras. E a direção comportada não exibe a virulência que a obra exige e que o diretor que deu a mão a Eastwood nos EUA(depois de ganhar fama na Itália nos spaghetti de gente como Sergio Leone) não avança numa possível visão introspectiva dimensionando melhor o temperamento das jovens que freavam seus instintos num retiro forçado (corria fora do prédio a guerra civil).

            Mas não há de se jogar fora. O novo “Estranho..” de Colin Farrell tem seu valor, especialmente na programação liliputiana da cidade nos dias atuais. Precisa é fazer comparação com o que foi feito na área. 

Um comentário:

  1. Pedro,

    Como não vi o primeiro, ainda que saber sobre ele tenha aguçado minha curiosidade, fiquei com uma boa impressão. Ainda que tenha achado os personagens um tanto quanto insosso no seu desenvolvimento e uma estética narrativa (ato de filmar) um pouco preguiçosa. Parece-me, pelo que li, que o filme de Sofia é menos visceral no pesadelo de encontrar as mulheres.

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