segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Duas Familias

                Um menino nasce com uma deformação facial resistente às cirurgias reparadoras. Na idade escolar é alvo de bullyng. É preciso tempo e apoio de pais e professores para que o pequeno que prefere usar mascara de astronauta ganhe autoestima.
                O filme “Extraordinário”(Wonder) é bem realizado e salienta-se no desempenho de Stephen Chibosky o interprete quase vencedor de Oscar por “O Quarto de Jack”.
                Pena que o roteiro de diretor Stephen Chbosky com base no best-seller de R. J. Palacio, prefira ficar na superfície da trama e encerrar a narrativa com “açúcar e afeto”.
                No mesmo dia em que vi “Extraordinário” vi pela Netflix o drama bósnio “Uma Familia Feliz”(Happy Family/ Chemi Bednieri Ojaki). Ali o quadro é o inverso. Mulher com mais de 30 anos, há muito casada, resolve alugar um pequeno apartamento e com isso fugir de sua vida familiar sufocada pela mãe autoritária e o marido inerte (e que depois ela sabe ser infiel).O quadro é dramático e sem um reverso de valores. Tudo é tratado numa linha realista e com uma edição que impulsiona a métrica de uma rotina.

                               Duas famílias em dois filmes muito diferentes entre si. E não se diga que é devido ao desenho cultural de cada país onde se passam as historias. O tratamento dos tipos e situações é que diferem entre a fantasia romântica e a realidade dura. Por isso, a plateia ocidental deve preferir “Extraordinario”. No cinema senti a aprovação popular com espectadores respondendo com risos certas situações. Se fosse o filme bósnio talvez nem chorassem, apenas repudiariam a exposição de um drama cruel.

Nenhum comentário:

Postar um comentário