terça-feira, 10 de julho de 2018

Rever Chaplin


                No auge do cinema falado, quando Hollywood mostrava as garras das produções de estúdios, as comedias mudas chegaram a ser esnobadas. Mas o publico as preferia aos melodramas desse tempo. Chaplin comandava. E hoje prossegue a preferencia. Outra vez a Sessão com Musica do nosso centenário Olympia exibe Chaplin. Com musica ao vivo, é hora de rever “Vida de Cachorro “e “O Imigrante” dois clássicos deste artista que marcou o cinema e alias virou o seu símbolo .
                A comedia de Chaplin quase não tinha intertítulo. Tudo era visual e inteligível. Ele filmava dezenas de vezes uma cena e na busca da perfeição passava horas com seu elenco e pessoal técnico. Um curta metragem do comediante gastava muitas vezes mais tempo na produção do que um longa de pretensão dramática.
                Quando eu era criança e tinha meu cachorro gostava especialmente de “Vida de Cachorro” onde um au-au era estrela. Mas “O Imigrante” é a chegada de Carlitos à América. Sempre inglês, sem nunca se naturalizar (fato que pesou na sua “deportação”), mostrava  seu personagem chegando de navio a New York, vendo a Estatua da Liberdade, contracenando comicamente com parceiros de viagem. Não era um documentário, mas uma visão em que o alegre se opunha ao triste num quadro real de um tempo. Fosse hoje, com a garra anti-imigração de Trump, Carlitos estaria expulso antes de chegar. Artista de sempre, previu a garra xenófoba dos norte-americanos e mostrou como o imigrante era um herói sofrido. Seu filme está entre os seus clássicos de curta metragem. Sempre é bom de rever. Como, aliás, tudo de Chaplin, talvez com exceção “A Condessa de Hong Kong”, sua despedida como diretor, uma ousadia do velho cineasta a pedido da Universal Pictures.
                Que mais Chaplin chegue às nossas sessões especiais pontuadas pelo Paulo José na tecla. O publico comparece sorrindo antes de sentar. E não há idade para marcar este publico. Todos riem do sempre Carlitos...

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