O
cinema Olympia exibiu uma retrospectiva do diretor alemão Win Wenders. Mas dois
filmes recentes dele estiveram de fora. São, pela ordem de estreia, “Submersão”
e “Papa Francisco”. O primeiro está em canal de TV pago e já ganhou download.
Trata de um casal que se lança em projetos paralelos: ela quer achar vestígios dos
primeiros indícios de vida no fundo do oceano e ele projeta agua encanada para
populações menos favorecidas do oriente. As historias que começam a ser narradas
de per si ganham uma feição incomoda quando passam a ser vistas em separado,
usando o artificio quando o personagem masculino segue viagem para outro país.
O final é reticente como virou moda no cinema atual. Ela acha resquícios orgânicos
na área mais profunda do mar e ele sofre torturas de inimigos de seu projeto (e
sua posição politica) e se lança n’agua em praia proxima como quem procura o
amor perdido (e afinal a própria vida). Não há proposta poética visível. A
narrativa parece tradicional e não convence. Wenders aparece muito longe do
tipo de cinema que o consagrou. Sim, as falas são em inglês.
O filme
sobre o papa, um documentário, não chegou ainda por aqui. Gostaria de ver.
Mesmo porque o cineasta me parece muito distante de quem assuma um projeto
desses.
Hoje
busco cinema em janelas da internet. As locadoras estão minguando (em S. Paulo
fechou a tradicional 2001 Vídeo). Restam as distribuidoras que vendem
diretamente ao consumidor. Os cinemas comerciais procuram sobreviver com os
filmes de super-heróis e aventuras de muitos efeitos especiais. Nada de atrativo
a maiores de 12 anos. O espectador exigente ou vai à uma sala alternativa
(falar nisso, cadê a da Estação das Docas, dona de um projetor digital ?) ou
fica em casa vendo cinema na sua tela de
tv.Bom para uma cidade onde a rua é um perigo em potencial de
assaltos/acidentes.
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