“O
Primeiro Homem”(First Man on the Moon) impulsionou a carreira do diretor Damien
Chazelle, conhecido por “La la Land”, e ainda o ator daquele filme, o hoje
muito solicitado Ryan Gosling . Curioso é que o novo trabalho, com roteiro
baseado na biografia do astronauta Neil Armstrong, quem chegou à lua na Apollo
11 em 1969, foi produzido por Steven Spielberg que, desta vez, preferiu ficar
apenas na executiva do projeto. Mais curioso ainda é que o filme já está na
linha dos possíveis candidatos ao próximo Oscar assim como o ator e a atriz
Claire Foy que, mesmo em papel pequeno, mostra uma sinceridade capaz de
estimular aplausos (basta a sequencia em que ela encontra o marido no quarto de
quarentena depois da viagem histórica e os dois se comunicam através do vidro
da janela ).
O que
se vê pouco foge de uma linha documental, acompanhando Neil nos voos de treinamento
em especial do Projeto Gemini (inicio dos anos sessenta). Imagens tremulas,
sugerindo interiores das espaçonaves e o que sentia o piloto. Escapando disso,
e pretendendo mergulhar na pisque do astronauta, a vida em família, em especial
a perda da filha de pouco menos de dois anos, trauma que ele guardou para
sempre. As sequencias em terra, especialmente em casa, revelam o homem ligado a seu trabalho, ele que não era um
militar a serviço da NASA, mas reconhecido pela competência e resistência física.
Há um
momento em que o projeto Apollo é criticado por muitos que veem desperdício de
verbas que seriam destinadas a planos sociais. Por sinal que a viagem à lua foi
coroação de uma disputa na guerra fria
entre EUA e URSS. Hoje não se faria isso e a projetada viagem a Marte depende
de projetos internacionais (como da Rússia, China e EUA).Ha mesmo um fragmento
de cinejornal que mostra o então presidente John Kennedy prometendo a “conquista
da lua”na década proposta(60). Como ele foi assassinado em 1963 a meta milionária
prossegui no governo Johnson.E apesar de existir quem duvide do que aconteceu
na verdade outras missões sucederam, isto sem contar no drama da Apollo 13 que
não conseguiu alunissar e voltou para a Terra em perigo(há um bom filme de Ron
Howard sobre o assunto).
“O
Primeiro Homem” não deixa de enaltecer o país produtor(do tema e do filme), mas
é bem realizado, traz bons desempenhos e pode mesmo estar no futuro Oscar. É
longo (mais de 2 horas ) mas não cansa. Ponto a favor. Agora um detalhe: aquela
frase “um pequeno passo para um homem e um grande passo para a humanidade”me
parecer com aquela “se é para o bem do povo
e a felicidade geral da nação diga ao povo que fico”(Pedro I). Decoreba
promocional.
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