sábado, 5 de dezembro de 2020

Sandra 50

 

                Eu costumava usar dos adjetivos contrários no sentido de dar sorte. A Sandrinha ganhou essa postura. Não seria um anjinho (nem de pau oco como se dizia aos falsos de então). Era do diabo, acrescida “do inferno e da bubônica”(a famosa peste de muito anos desse corona de merda que anda por aqui). No bojo do “elogio” veio coisas como a ligação com a matança dos inocentes por Herodes. Eu cantava; “O rei Herodes(bis) mata criança mata tudo sim senhor,/ o rei Herodes,/ ele sim é o matador”.

                Sandrinha era branca como a neve e nem por isso seguiu 7 anões. Não sei que contou tantos namorados. Mas deve ter chegado perto. Foi a ultima da prole de Luzia, isto quando já se pensava ter encerrada a fabrica (5 anos depois de Claudia, a terceira). Fez a sua magica do além e meteu na mãe o medo de uma menopausa precoce. Mesmo assim a “fabrica’já tinha 30 anos e depois só deu esboços de gente(contou-se dois). Como caçula, ganhou algum mimo. Mas a peraltice empurrava isso. E tinha espasmos mediúnicos como ver gente de uma vida passada. Amigos espiritas aplaudiram e pediram que ela parasse de se corresponder com  a mãe do além.

                Até por ser natural formou-se em psicologia. Teve um casal de filhos e um marido dedicado e vindo da praça carioca. Hoje festeja aniversario (50) na quase centenária casa do Mosqueiro. Já na marca dos oitenta; Mãe e pai abraçam no ritmo da atual pandemia, ou seja, por computador e/ fone. Pensamos abraçar muito a Sandrinha aos 51. Por aí já não será do inferno e da bubônica, Nem de vírus. Continuara sendo a querida caçulinha que viaja na velha Rural ou no primeiro Fusca de cabeça para baixo no banco traseiro.  

                Felicidades Sandrinha dos anos, do céu e da saúde, Sem mesmo de estar dizendo o contrário.

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