sexta-feira, 5 de março de 2010

Mandela, Freeman, Eastwood

“Invictus”(EUA,2009) chega na hora da Copa do Mundo na África do Sul. Se os EUA não fossem mais beisebolistas eu podia pensar que o filme dirigido por Clint Eastwood era oportunista. Mas não deve ser. Conta a história de um campeonato internacional de rugby, justamente em Capetown (África do Sul). O presidente é Nelson Mandela. Ele acabara de sair de uma prisão que lhe comeu 30 anos de vida. O país, livre dos ingleses e do “appartheid”, não andava bem na economia. O campeonato seria uma forma de angariar divisas. Mas o negro sul-africano não tinha estrelas nesse esporte. O time nacional teria de ter maioria branca e preponderância de ingleses. Motivo para um comentário de Secretario de Estado: “- Ele(Mandela) passou tanto tempo preso e agora vai prestigiar seus carcereiros”. Os ingleses, por seu turno, temiam revanchismo na nova política do país. Os pais do atacante do time sulafricano(vivido por Matt Dammon), ingleses de nascimento, dizem ao filho que tenha cuidado. Mas a porfia só veio provar o caráter de Mandela, a sublime faculdade de perdoar. Mesmo em beneficio próprio.
O filme de Eastwood é, como se podia esperar, muito bem narrado. Eu que não pesco bulhufas de rúgbi torci pelos sul-africanos. E Morgan Freeman como Mandela é “a cara” do personagem. A gente não pensa que é o político. Esquece o ator.
Uma pena que o filme de Clint Eastwood não tivesse seduzido uma platéia como devia. Entrou no Oscar por Freeman, realmente impressionante. Mas do diretor coube, no passado, muito mais. De qualquer forma ele próprio me parece invicto. Tudo o que faz é no mínimo bom. Isto é raro no cinema, mesmo com o respaldo industrial que tem o que é feito nos EUA.
Outro milagre: o filme ser exibido em Belém. Certo que jogaram lá na linha divisória do gramado, ou seja, no shopping Castanheira. Mas quem tem coragem de enfrentar o entroncamento vai lá.

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