sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O SENHOR NINGUÉM

Acho Jacon Van Dormael o cineasta mais criativo desses últimos anos. Já tinha na minha cabeceira seus filmes “O Homem de 2 Vias”(Toto Le Hero) e “O Oitavo Dia”(L’Huitiéme Jour). Agora coloco também “Sr. Ninguém”(Mr. Nobody), obra-prima que os nossos distribuidores ainda não adquiriram para exibir nos cinemas brasileiros.
O argumento parte de um homem centenário que fala a seu médico e a um jornalista. Sua fama não é só de ser um centenário. Em 2089 ele é o último mortal na Terra. Nesse tempo que para nós é futuro, descobriu-se um meio de preservar as células, evitando o envelhecimento, e as pessoas estão curiosas em saber como é que se....morria.

Nemo, ou como ele se diz, Nobody(Ninguém) tem falhas de memória e o seu relato é fragmentado. Nisso entra a Teoria das Cordas e a faculdade da opção. Se o universo que conhecemos é um dentre vários em dimensões diversas, as vidas podem ser paralelas. Uma realidade segue outra. E jogando para um prisma filosófico, a pessoa tem de optar pelo destino que lhe oferecem. No caso de Nemo, em criança ele é convidado a ficar com o pai ou com a mãe que se separam. Mostra-se o então menino correndo atrás de um trem que leva sua mãe. Trilhos de ferrovia servem em várias seqüências como ramais a seguir. Se ele for viver com a mãe as coisas acontecem como se vê na maior parte do filme. Se com o pai, um ligeiro interregno dá a idéia de outro comportamento. Da mesma forma vê-se 3 meninas colegas de infância. Ele cumprimenta uma a uma. Todas poderão ser suas mulheres. Mas a quem realmente ele ama ? A que o despreza por outro, a que é filha do segundo marido da mãe ou uma asiática que ele lembra salvando-o de afogamento numa piscina?

Os detalhes são tantos que não se esgotam numa visão do filme. Mas o que importa é a chave temática. O longevo pode ser feliz se amou e foi amado. Longe disso é um “ninguém”que a morte esqueceu.
Gente, o filme é extraordinário. A riqueza do tema salta na correspondência de estilo. Tudo é motivo não só de visão como de admiração. Dormael é belga, tem 53 anos, e consegue fazer uma produção cara e criativa. Muitos esbarram nas dific

Um comentário:

  1. eu acabei de assistir o filme, achei genial,sobretudo o questionamento filosófico enbutido nele. a teoria das cordas,as possibilidades entre uma escolha e outra,fantástico.parabéns pelo blog, acesse também o meu: wwwernanepensamentocritico.blogspot.com

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