segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Em DVD

Na falta de filmes interessantes nos cinemas mergulhei no DVD e vi muitos títulos em um final de semana. Tento resumir o aspecto critico de cada um.
“Um Novo Despertar”(The Awake) tem Jodie Foster dirigindo e atuando. Coincidentemente(ou não) traz um Mel Gibson na fossa. O ator-diretor passou por uma crise ao ser flagrado dirigindo bêbado. No filme de Foster ele é um deprimido. Tanto que se apóia num bichinho de pelúcia por onde passa a se expressar. “Castor”é o que um boneco foi para Danny Kaye em “Cabeça de Pau”(Knock on Wood) de Mai Zetterling. Esse trampolim para o mundo em volta pode ou não dar certo. O filme não vai muito dentro do terreno psicológico. Mas é interessante porque Gibson está convincente, como se ele próprio estivesse precisando de um castor.
“Hotel Atlântico” de Suzana Amaral tem razões que só a razão dela conhece. Não entendi porque o herói da história volta a um cenário depois de bancar um sofrido e mutilado andarilho. Baseado em um livro, com roteiro da diretora, é bem construído em termos artesanais, mas a trama é confusa. Só Suzana pode dizer se tudo o que se viu foi verdade ou imaginação do personagem. Nem Bergman nem Antonioni vagaram tão aereamente sobre um ego sofrido.
“As 3 Máscaras de Eva”(The Three Faces of Eve) ainda hoje convence. O caso real de múltiplas personalidades foi tratado por Nunnaly Johnson (mais roteirista que diretor em termos de carreira) como um documentário. Joanne Woodward convence sempre. Na realidade Eve (Black, White )não desapareceriam quando surgiu Jane, o equilíbrio dos comportamentos. Depois do filme a paciente voltou a ter as suas crises e morreu. Não importa para a realização cinematográfica. O caso espanta e vence as limitações do cinemascope, processo impróprio para um tema introspectivo, a exigir planos próximos.
“2 Semanas de Prazer”(Holiday Inn) nunca me deixou prazer. É uma chatíssima porfia romântica entre um cantor (Bing Crosby) e um colega dançarino (Fred Astaire). Das musicas de Irving Berlin destaca-se “White Christmas”. O diretor Mark Sandrich perdeu a verve mostrada em “O Picolino” (Top Hat) 6 anos antes.
“O Maior Amante do Mundo”(The Greatest Lover of the World) só fez um bem: tirou do cinema o chato do Gene Wilder. Lançado por Mel Brooks este comediante fez rir em momentos de “O Jovem Frankenstein”e no “Tudo o que V. Quer Saber sobre o Sexo” de Woody Allen. Aqui, dirigindo a si mesmo numa paródia aos filmes de Valentino prova que seu tipo de humor é um blefe. O filme foi um fracasso comercial.
“Jovem no Coração”(Young at Heart) escapou de bisar o titulo em português quando foi lançado o filme da Warner com Dóris Day e Frank Sinatra. É uma comédia de 1941 em que Janet Gaynor faz parte de uma família de trambiqueiros que tenta se aproveitar da bondade de uma senhora solitária e aparentemente rica. Um bom elenco (Gaynor, Douglas Fairbanks Jr, Roland Young, Paulette Godard), uma direção de arte do mestre William Cameron Menzies, uma produção de David O. Selznick, só dançando no diretor Richard Wallace, fazem a festa. Não é um exemplo muito feliz de um gênero em um tempo. Mas diverte.

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