terça-feira, 15 de novembro de 2011

Comprando Tempo

O novo filme de Andrew Niccol (“Gattaca”), “O Preço do Amanhã”(In Time) é sobretudo curioso. Num futuro datado por 2020, o dinheiro é substituído por frações de tempo. Não se compra uma passagem de ônibus, mas uns 20 minutos ou o tempo que possa durar a viagem. E quem pode compra até cem anos de vida. Os miseráveis se contentam com dias. A mãe do herói do filme (Olivia Wilde a “13” da série “House”), morre ao esgotar seu tempo correndo para os braços do filho que pode pagar mais minutos à ela. O que não se explica é como o estranho cambio começou. Qual seria o parâmetro para se cotar minutos, horas, dias e até século?
A trama envolve um caso de Romeu & Julieta. Um rapaz pobre, enriquecido com a quota de tempo dada por um amigo suicida (só podia morrer se presenteasse o seu tempo guardado), namora a filha de um milionário dono de um cofre cheio de anos. A idéia é roubar o conteúdo do cofre e doar o conteúdo para a pobreza condenada a pagar cada dia que vive. É claro que vai conseguir, e é claro que para alcançar o que contentaria um Robin Hood tinha de enfrentar muita correria, muitos perigos, muita munição própria de um thriller comercial. E isso Niccol utiliza para vender a sua idéia. Fosse ele próprio rico faria um filme independente onde a missão dos mocinhos ganharia maior embasamento psicológico e menos ação.
Mas o filme interessa. O autor é imaginoso, sabe fugir da mesmice industrial. “O Preço do Amanhã” chega a ser um raro caso do titulo em português ganhar o original, que é insosso (“No Tempo”). Não perdi meu tempo assistindo-o.

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