O cinema
existe graças ao “defeito” do olho humano que não percebe imagens que passam em
determinada velocidade adiante dele. É o fenômeno conhecido como “persistência retiniana”
ou o tempo em que a retina guarda a imagem que passa em sua frente. Antes de
Edison e dos Lumiére deve ter existido alguém que desenhou boneco na beira de
página de livro,com ligeiras mudanças de um desenho para outro, e ao mexer as
páginas segurando-as com o polegar percebeu que o desenho “se movia”.
O cinema
surgiu mudo. Em película que variava e 20mm a 35mm. Permaneceu 35mm (de largura). Como filme era emulsão de
nitrato de prata, os incêndios eram comuns. Eu mesmo incendiei um projetor com
filme de 20mm acendo a lâmpada sem mover a manivela. Depois se passou a usar acetato. Mas já estava
firmada a indústria cinematográfica, Por muitos anos produziu-se e exibiram-se
filmes mudos com a filmadora rodando na base de 16 quadros por segundo, ganhando
no fim dos anos 1920 a rotação de 24 quadros e com o som acoplado na margem da película(processo
chamado de movietone).
Durante a 2ª,Guerra
surgiu a cópia de filme em 16mm para manuseio dos combatentes, Em 1953 um estúdio
experimentou a imagem em 3D que já havia sido ensaiada como curiosidade de laboratório.
Usava-se 2 projetores atuando de uma vez, cada um com uma gravação, fazendo a
vez do olho humano(cada projetor dedicado a um olho).Para perceber o efeito usava-se
óculos bicolores. A indústria lançou coisas como “Museu de Cera”, mas não demorou
a “novidade”. No caso era um artifício para lutar contra a televisão que surgia
comercialmente abalando o comercio do ramo. Como não era um processo pratico, o
frances Henri Chrétien produziu uma lente que espremia a imagem a ser filmada e
outra que a dilatava para quando esta imagem fosse projetada. Era o
cinemascope. Vendido para a 20th Century Fox o processo deu, em 1954, “O Manto
Sagrado”(The Robe) lançando o que seria
moda. Outro estúdio americano, a Paramount, não quis pagar ao concorrente e
lançou o Vista-Vision que era gravar em 70mm e revelar em 35mm. Paralelamente
a guerra de concorrência usou o
SuperScope, o technirama,o cinerama e
finalmente o panavision, que acabou ganhando a batalha de invenções para a tela
ficar mais ampla, desafiando a esguia TV.
Hoje volta a
3D com as imagens duplas reveladas em um só filme, mas ainda assim percebidas
com óculos .
Mas a grande
novidade foi a projeção digital. O filme é gravado em um disco e a imagem chega
através da internet. Para evitar pirataria, chegam a cabine do cinema primeiro
o meio do filme depois as partes do inicio e do fim.
Os projetores
de película deram lugar aos digitais, Acabou o frete que encarecia a exibição
de cópia em lugares distantes dos centros distribuidores.
Claro que não
é o fim. O cinema caminha para rumos diversos que visam mantê-lo como atração
comercial. A arte dessa técnica pode prescindir de artifícios e manter o fascínio
do que se chama de clássico. Mas a criatividade não vai parar. Lembro de que
muitos foram contra o cinema falado como Charles Chaplin. Não adiantou. E
Steven Spielberg chegou a se mostrar contra o cinema digital. Hoje aderiu. Mais
tarde deve aparecer a 3D sem óculos e a projeção interativa com o espectador
influindo no filme em exibição. Isto e mais que pede a imaginação.Resta o “consolo” de que sempre vai
aparecer quem se comova vendo um filme antigo, em preto e branco (sim, a cor só
chegou comercialmente no fim dos anos 20)e até sem som direto. O certo é que um
espetáculo cinematográfico tem muito a ver com a sensibilidade de quem o
assiste e em que momento está assistindo. A memória,no fim das contas,é cinéfila.
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