segunda-feira, 28 de julho de 2014

A Bela e a Fera


Deve chegar em outubro aos nossos cinemas uma nova versão de “A Bela e a Fera” o conto de Gabrielle-Suzanne Barbot, Dama de Villaneuve ( escrito em 1740)  reescrito em 1756 por Jeanne-Marie LePrince de Beaumont, afinal quem deu a forma como passou a ser conhecido e chegado as crianças de muitos países em séculos seguintes.

A historia foi filmadas em 1946 pelo poeta, dramaturgo e artista plástico Jean Cocteau(1889-1963)com Jean Marais e Josette Day. Vi o filme por volta de 1950 no antigo cinema Independência. E jamais o esqueci. Marais, bichona na vida real, brilhava quando dizia e a gente decorava: “Belle, toujour Belle, vous ne pas voyez mon visage, ma belle,,,” ou principalmente, ao sofrer a falta da jovem que abrigava em seu castelo e deu à ela uma folga para ver a família sem que ela cumprisse o horário da volta:”Pour de nous la Bette que nous ont souffrir e mourir...”

A Disney fez uma animação em 1991 dirigida por Gary Trousdake e Kirk Wise. Ganhou Oscar mas eu achei muito ruim. Havia até erros de perspectiva nos desenhos e na cena da dança da Bela com a Fera esta muda de altura a cada plano (ora é mais alta, ora mais baixa que Bela).

O novo filme,dirigido por Christophe Gans com roteiro dele e de Sandra Vo-Anh, segue a historia especificando, apenas, a vida de Bela, ou como ela tinha um namorado etc e tal.Não aprendi assim o conto de Beaumont e Cocteau desprezou isso. Por sinal que o ator Vincent Cassel está mal maquilado e é “a cara da Fera”.

O filme tem uma boa direção de arte, os efeitos digitais mostram personagens novas como um grupo de animais que parecem esquilos, mas até aí perde para as estatuas que olham e mexem pescoços no cenário de Cocteau.

Nada que deixe o encanto que me sensibilizou numa produção que hoje completa 69 anos.A Fera de Marais é definitiva assim como a bela Bela que era Josette Day. Um critico francês querendo elogiar o novo filme disse que “agora Cocetau pode descansar em paz” . Nada a ver.O filme de Cocteau, co-dirigido por René Clément, era digno de um conto de fadas, Tinha a pureza disso. Hoje, na época dos truques moldados em computadores, é uma copia. Tudo bem que bem trabalhada, mas sem fantasia, sem poesia, ganhando apenas do desenho Disney que a mim pelo menos foi monstruosidade (a ser desprezada pela própria Fera).

Esperem para conferir na tela grande. Eu felizmente não preciso disso.

Um comentário:

  1. desde de que vi o trailer deste filme fiquei encantado, pois a verao que tenho na cabeça e da disney, tomare que venha copias legendadas se vier realmente chegar até nossa capital.

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