Fui ver “Irmã
Dulce” por conta de Vicente Amorim, o diretor. Os filmes anteriores deste
austro-brasileiro recomendavam. E não me arrependi. Consegui ficar comovido com
toda a clicheria em torno do trabalho da bondosa freira que os baianos chamaram
de “anjo bom”.
O filme parece de encomenda para
alguma entidade católica. Mas há uma direção de arte competente, refazendo épocas
(e isso é difícil no cinema brasileiro, quase sempre pobre de recursos) e em
especial bom trabalho da dupla que faz Dulce em dois tempos de sua vida: Bianca
Comparato na fase de jovem e Regina Braga na de velha.
O problema é o roteiro. E não se
pede que entrasse fundo na psicologia da personagem, que dialogasse sobre a
vocação da jovem que decidiu ser freia, na sua incursão no meio que se pode
chamar de marginal em todos os sentidos. O objetivo não foi dissecar o ego da
irmã. Foi fazer um apanhado “reader’s digest” de seu trabalho. Base na historia
do galinheiro que virou hospital e, particularmente, no garoto mendigo que
recebe proteção da religiosa mas, na idade adulta, envereda pelas drogas e
consequentes crimes.
É curioso como o cinema nacional
tende, agora, às biografias. Só este mês tem “Tim Maia”, “Irmã Dulce” e “Trinta”.
Melhor vasculhar a vida de gente famosa do que ficar nas palhaçadas nem sempre
engraçadas e Leandro Hassum.
E por sinal que “Trinta”, sobre
Joãozinho o carnavalesco, não estreou aqui. Nem se pode dizer que trocou com “Irmã
Dulce”que pegou só norte e nordeste. O filme está em S.Luís. Misterios da
exibição na era digital que se ampara no sucesso de filmes obrigados a não sair
do cartaz(por isso). Apesar do preço do ingresso, cinema ainda paga as contas.
Ainda teremos maiscinebiografias Dr.Pedro, pelo menos duas estão ja em preprodução, Maguila com o Babu Santana como personagem principal e a do Milton Nascimenyo com o Fabricio Boliveira.
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