segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Irmã Dulce


Fui ver “Irmã Dulce” por conta de Vicente Amorim, o diretor. Os filmes anteriores deste austro-brasileiro recomendavam. E não me arrependi. Consegui ficar comovido com toda a clicheria em torno do trabalho da bondosa freira que os baianos chamaram de “anjo bom”.

            O filme parece de encomenda para alguma entidade católica. Mas há uma direção de arte competente, refazendo épocas (e isso é difícil no cinema brasileiro, quase sempre pobre de recursos) e em especial bom trabalho da dupla que faz Dulce em dois tempos de sua vida: Bianca Comparato na fase de jovem e Regina Braga na de velha.

            O problema é o roteiro. E não se pede que entrasse fundo na psicologia da personagem, que dialogasse sobre a vocação da jovem que decidiu ser freia, na sua incursão no meio que se pode chamar de marginal em todos os sentidos. O objetivo não foi dissecar o ego da irmã. Foi fazer um apanhado “reader’s digest” de seu trabalho. Base na historia do galinheiro que virou hospital e, particularmente, no garoto mendigo que recebe proteção da religiosa mas, na idade adulta, envereda pelas drogas e consequentes crimes.

            É curioso como o cinema nacional tende, agora, às biografias. Só este mês tem “Tim Maia”, “Irmã Dulce” e “Trinta”. Melhor vasculhar a vida de gente famosa do que ficar nas palhaçadas nem sempre engraçadas e Leandro Hassum.

            E por sinal que “Trinta”, sobre Joãozinho o carnavalesco, não estreou aqui. Nem se pode dizer que trocou com “Irmã Dulce”que pegou só norte e nordeste. O filme está em S.Luís. Misterios da exibição na era digital que se ampara no sucesso de filmes obrigados a não sair do cartaz(por isso). Apesar do preço do ingresso, cinema ainda paga as contas.

Um comentário:

  1. Ainda teremos maiscinebiografias Dr.Pedro, pelo menos duas estão ja em preprodução, Maguila com o Babu Santana como personagem principal e a do Milton Nascimenyo com o Fabricio Boliveira.

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