“O
Expresso do Amanhã” mostra um trem como uma espécie de “Arca de Noé” onde seres
humanos viajam em vagões destinados, separadamente, a ricos e pobres. Eles
sobrevivem em um mundo caótico gerado depois de uma experiência cientifica que
deu margem a uma nova Era do Gelo. Os ricos tomam conta dos espaços mais próximos
da locomotiva. Os pobres ficam nos últimos. E o caminho gelado entre abismos
demonstra o perigo iminente que a velocidade do trem tenta ocultar, seguindo a metáfora
de que um ambiente onde há luta de classes está sujeito ao caos.
O filme
do sul-coreano Joon-ho Bong se molda na violência estampada entre os que não se
conformam em ocupar um espaço asqueroso comendo pastilhas de carne e os que
vivem nababescamente em outro polo do expresso.
Muita violência
ocupa a maior parte da projeção. E o diretor gosta de mostrar uma violência estilizada,
tentando com isso cativar a impressão de que a heterogeneidade de classe é o
estopim do inconformismo –ou o mal maior.
O
conjunto arquitetônico da realização impressiona. Mas a dicotomia esconde os
pretensos rastros de originalidade. No todo o filme é um replay de sci-fi
futurista & apocalíptica, longe de espasmos criativos como o que Pierre
Boule viu em “O Planeta dos Macacos”.
Ver na
tela grande em copia dublada é espalhar o ódio pela mesmice em foco. Melhor
fazer download ou aguardar o DVD & Bluray.
Esse filme já encontra-se disponível para download, mas, por enquanto, recuso-me assistir em minha casa, na esperança de assisti-lo no cinema com o áudio original. Vamos ver essa semana.
ResponderExcluirAcabei de ver o filme, tive que recorrer a internet, infelizmente, já que, nossos cinemas só passam mais do mesmo.
ResponderExcluirSobre Expresso do Amanhã, gostaria de destacar o figurino dos personagens e a iluminação/ambientação dos vagões. Todos muito bem feito e que contribuem para a narrativa da história.
Gostaria de destacar também a resolução que não abraça o dicotomismo de classe, que o filme vem desenvolvendo desde do início.
Filme muito bom para o que estamos acostumados a ver em nossas telas.