sexta-feira, 28 de agosto de 2015

O Expresso do Amanhã


               “O Expresso do Amanhã” mostra um trem como uma espécie de “Arca de Noé” onde seres humanos viajam em vagões destinados, separadamente, a ricos e pobres. Eles sobrevivem em um mundo caótico gerado depois de uma experiência cientifica que deu margem a uma nova Era do Gelo. Os ricos tomam conta dos espaços mais próximos da locomotiva. Os pobres ficam nos últimos. E o caminho gelado entre abismos demonstra o perigo iminente que a velocidade do trem tenta ocultar, seguindo a metáfora de que um ambiente onde há luta de classes está sujeito ao caos.

               O filme do sul-coreano Joon-ho Bong se molda na violência estampada entre os que não se conformam em ocupar um espaço asqueroso comendo pastilhas de carne e os que vivem nababescamente em outro polo do expresso.

               Muita violência ocupa a maior parte da projeção. E o diretor gosta de mostrar uma violência estilizada, tentando com isso cativar a impressão de que a heterogeneidade de classe é o estopim do inconformismo –ou o mal maior.

               O conjunto arquitetônico da realização impressiona. Mas a dicotomia esconde os pretensos rastros de originalidade. No todo o filme é um replay de sci-fi futurista & apocalíptica, longe de espasmos criativos como o que Pierre Boule viu em “O Planeta dos Macacos”.

               Ver na tela grande em copia dublada é espalhar o ódio pela mesmice em foco. Melhor fazer download ou aguardar o DVD & Bluray.

2 comentários:

  1. Esse filme já encontra-se disponível para download, mas, por enquanto, recuso-me assistir em minha casa, na esperança de assisti-lo no cinema com o áudio original. Vamos ver essa semana.

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  2. Acabei de ver o filme, tive que recorrer a internet, infelizmente, já que, nossos cinemas só passam mais do mesmo.

    Sobre Expresso do Amanhã, gostaria de destacar o figurino dos personagens e a iluminação/ambientação dos vagões. Todos muito bem feito e que contribuem para a narrativa da história.

    Gostaria de destacar também a resolução que não abraça o dicotomismo de classe, que o filme vem desenvolvendo desde do início.

    Filme muito bom para o que estamos acostumados a ver em nossas telas.

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