terça-feira, 28 de junho de 2016

Lembrando os Cinemas i e II

                Em 28 de junho de 1979 os cinemas I e II abriam suas portas. Alexandrino Moreira realizava um velho sonho, ele que na juventude foi projecionista do único cinema de sua terra natal, Itaúna(MG),e locutor de radio com programa dedicado a cinema(além de levar atores & cantores ao interior mineiro). Eu o acompanhei e o estimulava, pois na época mantinha um cineclube que atuava simultaneamente no Cine Guajará (Base Naval), Grêmio Literário Português (ambos com películas de 35mm) e auditório do Curso de Odontologia da UFPa(16mm).
                A meta era trazer filmes de qualidade artística. Daí a empresa criada para administrar as casas chamar-se Cinema de Arte do Pará Ltda. O sucesso foi tanto que seguiu-se o Cinema 3 em 1989, duas salas no shpping Castanheira(as primeiras de shopping em Belém) e duas no espaço Doca (hoje shopping).
                O Cinema 1 inaugurou com “Chuvas de Verão”, drama de Carlos (Cacá) Diegues. O cineasta veio à Belém com om roteirista Lepoldo Serran, tomar parte na festividade de abertura. O Cinema 2 contou com “Dersu Uzala” de Akira Kurosawa.
                Eu programei os cinemas por mais de dois anos. Inclusive fazendo a publicidade para jornal. Mas não se podia alimentar aqueles espaços só com os clássicos de cineclube. Fechou-se contrato com a Columbia Pictures que na época saíra do concorrente Severiano Ribeiro. Mesmo assim havia brecha para obras raras de distribuidoras que não atingiam o Pará como a Sul  e a Franco-Brasileira.
                Os cinemas continuaram com a Cinema de Arte até o final do século  quando a forte concorrência e a chegada de empresas nacionais como a Moviecom, forçaram o encerramento das atividades.
                Ah sim: ainda existiu a locadora de vídeo Cinema IV, que Marco Antonio Moreira, filho de Alexandrino, passou a dirigir com a sua irmã Sandra.

                Hoje a lembrança desse tempo é banhada de saudade. Mas ainda estamos ativos, mesmo com AGM (como Alexandrino se assinava) em outra vida. Cinema, afinal, corre nas veias. De minha parte é a vez do “Monstro” que cito no livro de memorias “O Médico Direito e o Monstro Cinematográfico” a ser lançado em agosto.

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