Billy Wilder ainda era um picareta em Hollywood mas chama a
atenção do ambicioso produtor Phil Stern (Steve Carrel) no novo filme de Woody
Allen “Café Society”. O argumento e roteiro do diretor mostram não só a
indústria de cinema como a fantasia vestiu, com atores, produtores e diretores
tecendo amáveis intrigas endereçadas ao lucro dos filmes, mas prefere ser um glossário
dessa gente e tempo do que um novo “Assim Estava Escrito”. Phil, por exemplo,
fala de muita gente, de Barbara Stanwyck a Gary Cooper, de Greta Garbo a Errol
Flynn. E ele próprio vive um romance digno de câmeras ao se apaixonar pela
secretaria Karen Stern(Shery Lee) guinada por sua própria mão a amante do
sobrinho Bobby (Jesse Eisenberg), um bicão que a família manda para tentar a
sorte em Los Angeles.Note-se que Phil é casado por mais de 20 anos e Karen lhe
devota acima de tudo gratidão (e $$ é claro).
““Café
Society” tenta ser um quadro da chamada ‘era de ouro do cinema americano”, Passa
correndo pelos dramas das personagens e só no final deixa um close
participativo de angustia. Não é um Allen dos melhores. Acelerando a narrativa
escorrega no material usado e como no caso do gangster da família de Bobby deixa
um hiato, tentando enxertar tipo e gênero que o cinema explorou bastante no
tempo e espaço marcados.
Jesse
Eisenberg tenta ser o alter-ego de Allen mas escoa a graça. Melhor Steve Carrel,
“a cara” de um magnata que só vê cinema embalado em dólar.
O filme
dura na tela pouco mais de hora e meia, mas parece durar mais. Tem enredo para
tanto, mas não é por isso. Cansa porque não cativa através dos tipos
apresentados. É como se o soçaite bebesse café açúcar. De qualquer forma, um
toque de WA no humor vale o ingresso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário