segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Cafe Society

Billy Wilder ainda era um picareta em Hollywood mas chama a atenção do ambicioso produtor Phil Stern (Steve Carrel) no novo filme de Woody Allen “Café Society”. O argumento e roteiro do diretor mostram não só a indústria de cinema como a fantasia vestiu, com atores, produtores e diretores tecendo amáveis intrigas endereçadas ao lucro dos filmes, mas prefere ser um glossário dessa gente e tempo do que um novo “Assim Estava Escrito”. Phil, por exemplo, fala de muita gente, de Barbara Stanwyck a Gary Cooper, de Greta Garbo a Errol Flynn. E ele próprio vive um romance digno de câmeras ao se apaixonar pela secretaria Karen Stern(Shery Lee) guinada por sua própria mão a amante do sobrinho Bobby (Jesse Eisenberg), um bicão que a família manda para tentar a sorte em Los Angeles.Note-se que Phil é casado por mais de 20 anos e Karen lhe devota acima de tudo gratidão (e $$ é claro).
                ““Café Society” tenta ser um quadro da chamada ‘era de ouro do cinema americano”, Passa correndo pelos dramas das personagens e só no final deixa um close participativo de angustia. Não é um Allen dos melhores. Acelerando a narrativa escorrega no material usado e como no caso do gangster da família de Bobby deixa um hiato, tentando enxertar tipo e gênero que o cinema explorou bastante no tempo e espaço marcados.
                Jesse Eisenberg tenta ser o alter-ego de Allen mas escoa a graça. Melhor Steve Carrel, “a cara” de um magnata que só vê cinema embalado em dólar.
                O filme dura na tela pouco mais de hora e meia, mas parece durar mais. Tem enredo para tanto, mas não é por isso. Cansa porque não cativa através dos tipos apresentados. É como se o soçaite bebesse café açúcar. De qualquer forma, um toque de WA no humor vale o ingresso.


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