Meryl Streep pode ganhar mais um Oscar por sua Florence
Foster no filme de Stephen Frears que andou correndo pelas telas de um cine-shopping
local. Florence foi uma viúva rica, dama invejada do high society americano dos
anos 30/40 quando, já em idade avançada e sofrendo a sífilis adquirida do primeiro
marido , resolveu cantar. Nesse tempo já está casada com St Clair Bayfield,
exemplo de “bicão”, aturando a ricaça com o “cuidado” de ganhar dinheiro isentando o sexo(afinal é uma sifilítica na
época em que a doença era famosa por ser extremamente contagiosa e fatal). Ele compra o prestigio da mulher, que chega a
cantar no Carnegie Hall poupando no que
pode as vaias da plateia.
O filme se ampara nos atores. Podem-se achar senões de época
(como carros que só surgiriam no final da década) e de continuidade (as
lagrimas de Florence enxugando no contraponto com o close de St Clair ao seu
lado), mas só cabem para sherloques de técnica. Eles somem para um publico absorto
na sinceridade exposta como drama real( e nos créditos finais há até mesmo
imagens da verdadeira Florence).
Mas eu disse que “Florence”, aqui de subtítulo “Quem É Esta
Mulher?”, é filme de atores. Hugh Grant nunca esteve tão bem e pode arriscar
seu primeiro troféu acadêmico. Idem Simon Helberg como o pianista Cosmé McMoon
. Ele já tem um premio de TV, mas o tipo que faz sob a direção do veterano
Frears impressiona. Aliás, a trinca está na minha lista de melhores do ano em
suas categorias. Impressionam e conseguem humor e tragédia numa dosagem privilegiada.
Frears havia dirigido Helen Miller em “A Rainha”dando-lhe o
Oscar do ano. Comparando, Meryl Streep está num ponto semelhante e talvez mais difícil. De bater palmas!
Ah sim: houve o filme “Marguerite” de Xavier Giannoli feito
um ano antes e exibido no Festival Varilux. Vi e não gostei. Também conta a
historia da cantora desafinada que se impôs sob propaganda paga. Catherine Frot
estava bem mas não se compara a Meryl supermaquilada (e até careca). Enfim, “Florence”
foi mais um tento do diretor de “Minha Adorável Lavanderia”, “Heroi por Acidente”
e outros títulos memoráveis.
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