terça-feira, 22 de março de 2011

Ver e Esquecer

A lixeira está cheia. “Sexo sem Compromisso” , “Esposa de Mentirinha”, “Invasão do Mundo: A Batalha de Los Angeles”, “Vovó Zona 3” são alguns dos entulhos que os neurônios tentam queimar. Por isso cada vez vou menos a cinema. Meus programas caseiros em DVD suprem minha cinemania. E é um prazer rever o que me encantou nos verdes anos como “Neste Mundo e no Outro” ou aquele bando de filmes sobre a lua, o bastante para me recolocar no mundo da “rainha da noite” onde morei por muito tempo quando morava na S. Jerônimo, empinava papagaio num quintal com 13 goiabeiras, lia gibi e livros da coleção Terramarear, ia ao Olímpia com o dinheiro do ingresso no bolsinho da calça, comprando menta e me deleitando com a ficção que fazia sonhar sem mexer com a inteligência.
Do que vi ultimamente destaco, em tela grande, o desenho “Rango”. E em tela pequena o desenho “O Mágico”, homenagem a Jacques Tati saindo de um roteiro seu. O tipo é M. Hulot. Mas a trama é baixo astral. O compridão arranja uma garota que não liga e ela o despreza por um galã. Ele terminha num trem, cabisbaixo. Tati escreveu nos últimos anos de vida quando seus filmes estavam hipotecados e sua carreira em declínio. Sintomático. Mas ainda assim com toque de gênio.
Vi também o documentário vencedor do Oscar: “ Trabalho Interno”(Inside job). Anatomia do crime que foi a crise econômica de 2008. Didático, conta como se deu e como os atores dessa bandalheira ainda atuam. Pau nos governos americanos. Bola branca para um regime que deixa editar e ainda premia tal denuncia. Programa para políticos verem e meditarem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário