quarta-feira, 1 de junho de 2011

Antes da Árvore Crescer

Todos sabem que o norte-americano adora resumos. Tem preguiça de escrever e ler muito. Criou o “Reader’s Digest” o Twitter, o Facebook e outros meios de sintetizar o que quer dizer. O problema é que não são hábeis em sínteses. Geralmente escrevem em poucas linhas o que os gastrenterologistas chamam de “fezes caprinas”(o cocô de cabra). E é até bom que assim seja. Escrever muito sobre filmes como “Se Beber não Case 2” é bradar no deserto. Apesar da critica oficial estadunidense ter caído de sola na seqüência das palhaçadas dos amigos milionários ela rendeu o bastante para encabeçar o box-office da semana de seu lançamento. A certeza de outro casamento no próximo ano com outra bebedeira dos personagens (e dos realizadores).O público parece gostar do pior.
Enquanto os cinemas lotam para ver “Se Beber não Case 2”, “Piratas do Caribe 4”, “O Noivo de Minha Melhor Amiga”, “Velozes e Furiosos 5”, resta uma interrogação se vai se ver em tela grande, nesta Belém de cinepolos e movicachorros, digo movicães,”A Arvore da Vida”, o novo filme de Terrence Malick, uma cabeça-pensante nos EUA que faz cinema de forma bissexta mas geralmente acerta.
Malick é um intelectual que foge das badalações comuns aos “astros”da industria cinematográfica. Tanto que não foi a Cannes segurar a sua Palma de Ouro. É um Woody Allen aprimorado. Quero muito ver seu filme. Nem que seja através de uma “baixa” na internet . Ruim é perder. Sei que faz falta passar por cima desta realização que vislumbra o nascimento do universo como forma de chegar ao núcleo do homem. Lembra os macacos de Kubrick no “2001”. E há quem compare os filmes.
Às vezes sinto-me feliz de não ter mais obrigação de escrever sobre filmes, diariamente, para jornais. Tenho “A Voz de Nazaré” mas isto é especial, atendo a amigos religiosos. E tenho o blog. Detesto twitter e facebook. Mesmo assim sou relapso com o blog por falta de motivação. Penso que estou entrando no esquema do texto frio que critiquei acima. Enfim, é o modo de saudar ou protestar. Hoje protesto por antecipação. Sei que vai ser difícil estrear aqui “A Arvore da Vida”. Lamento mais esta prova de desmatamento. O pior: desmatamento intelectual, deixando de saldo o deserto da burrice. Se estou enganado farei um texto para pedir penico. Vazio.

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