Quando ainda está nos creditos “Magia
ao Luar” denuncia que é um filme de Woody Allen. A musica, no caso “You do
something to me”(de Cole Porter) diz bem da presença por trás das câmeras do fã
de jazz que não despreza o seu clarinete. Depois é a ideia do agnóstico que
brinca com a historia das “mesas volantes” bem faladas nos anos 1920 quando
Houdini andou desmascarando os falsos médiuns.
A trama do filme cobre um mágico que
vai de Berlim a Cote D’Azur, seguindo o convite de um colega, desmascarar uma
garota que se diz paranormal, comunicando-se com espíritos e falando de passado
e futuro de pessoas próximas.
WA usa Stanley, o personagem de
Colin Firth, como seu alter-ego. Há um momento em que a descrença vacila. Mas é
a ideia de que o amor implica em mudanças drásticas de conceitos. O que o filme
não convence é como, em poucos planos, o mágico vai gamar pela mocinha
(Sophie/Emma Stone). A gente fica pensando no que atraiu o incrédulo. Sophie
não exibe atrativos ou é mesmo o feitiço cantado por Porter(“v, fez alguma
coisa para mim”). De qualquer forma, o romance ao luar usa uma lua
magra(crescente ou minguante).Isto se vê numa cena que sintetiza o tema e
registra o titulo do filme.
WA disse que ao ter uma ideia escreve
essa ideia num pedaço de papel e coloca numa gaveta. Ainda não teve uma para o
Brasil, mas atualmente pensa muito na Europa. Está desencantado com a America
do Norte, especialmente com o cinema de Hollywood que ele, como eu, está
desprezando por tantas besteira moldada em computador. A ideia de voltar à
França e no tempo, cutucando o amor à primeira vista com liames sobrenaturais,
deu longa-metragem. Não sei se com os atores certos. Colin é muito inglês e
Emma não sabe se expressar quando farsante ou verdadeira. Apesar disso, a
narrativa apressada segue a musica. Cortam-se os clichês do melodrama, sintetizam-se
operações como a de Houdini, toca-se na concorrência que fantasia amizades(o
caso do colega do mágico) e acaba deixando a gente sair do cinema querendo ver
de novo. A primeira impressão seria de uma elaboração insuficiente de um tema
sempre interessante. Mas acima disso está o estilo Allen. É o tipo de cinema
que não se vê comumente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário