quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Magia ao Luar


       Quando ainda está nos creditos “Magia ao Luar” denuncia que é um filme de Woody Allen. A musica, no caso “You do something to me”(de Cole Porter) diz bem da presença por trás das câmeras do fã de jazz que não despreza o seu clarinete. Depois é a ideia do agnóstico que brinca com a historia das “mesas volantes” bem faladas nos anos 1920 quando Houdini andou desmascarando os falsos médiuns.

            A trama do filme cobre um mágico que vai de Berlim a Cote D’Azur, seguindo o convite de um colega, desmascarar uma garota que se diz paranormal, comunicando-se com espíritos e falando de passado e futuro de pessoas próximas.

            WA usa Stanley, o personagem de Colin Firth, como seu alter-ego. Há um momento em que a descrença vacila. Mas é a ideia de que o amor implica em mudanças drásticas de conceitos. O que o filme não convence é como, em poucos planos, o mágico vai gamar pela mocinha (Sophie/Emma Stone). A gente fica pensando no que atraiu o incrédulo. Sophie não exibe atrativos ou é mesmo o feitiço cantado por Porter(“v, fez alguma coisa para mim”). De qualquer forma, o romance ao luar usa uma lua magra(crescente ou minguante).Isto se vê numa cena que sintetiza o tema e registra o titulo do filme.

            WA disse que ao ter uma ideia escreve essa ideia num pedaço de papel e coloca numa gaveta. Ainda não teve uma para o Brasil, mas atualmente pensa muito na Europa. Está desencantado com a America do Norte, especialmente com o cinema de Hollywood que ele, como eu, está desprezando por tantas besteira moldada em computador. A ideia de voltar à França e no tempo, cutucando o amor à primeira vista com liames sobrenaturais, deu longa-metragem. Não sei se com os atores certos. Colin é muito inglês e Emma não sabe se expressar quando farsante ou verdadeira. Apesar disso, a narrativa apressada segue a musica. Cortam-se os clichês do melodrama, sintetizam-se operações como a de Houdini, toca-se na concorrência que fantasia amizades(o caso do colega do mágico) e acaba deixando a gente sair do cinema querendo ver de novo. A primeira impressão seria de uma elaboração insuficiente de um tema sempre interessante. Mas acima disso está o estilo Allen. É o tipo de cinema que não se vê comumente.

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