As crianças do século passado, criadas
lendo gibi e vendo faroeste B, brincavam de cowboy com o indicador fazendo a vez
de pistola. Era engraçado o moleque gritar “camone boi”. Hoje o gênero western
saiu das telonas e pouco alcança a telinha. Depois da morte de John Wayne
parece que enterraram as ossadas de tanta gente que brigava sem deixar cair o chapéu
e não matava bandido(um soco era o bastante para derrubar essa turma).
“Um Milhão de Maneiras de Pegar uma
Pistola” quer ser uma parodia dos mitos do passado. Pega o bonde de um Mel
Brooks e até do nosso Carlos Manga (“Matar ou Correr”). Mas se o Manga tinha
Oscarito e Brooks tinha Gene Wilder, o diretor de “Ted”, aquele ursinho sacana,só
tem ele mesmo, Seth MacFarlane. E quando o mocinho é mal pintado os bandidos,
que possam ser, ficam a sós adiante das câmeras (o caso, aqui, de Liam Neeson).
Seria até um embalo nostálgico ver
os heróis e vilões do oeste que extrapolavam a geografia
norte-americana,vestidos de palhaços. Mas o filme de hoje é mais uma homenagem
do que uma gozação. E como homenagem é tímido, é a cara do tipo vivido pelo
diretor.
Não achei que o filme mereça ir ao
cinema. Se fosse para ver em casa, confortavelmente, até que daria para os
gastos. Ri bastante de “Ted” mas a irreverência do brinquedo falante de poucos
anos atrás não foi para o Monumental Valley onde se fimou “...Pistolas”. Uma
pena.
Nenhum comentário:
Postar um comentário