O
chamado plano-sequencia é um desafio do cineasta em compilar as informações desejadas
em uma só tomada, sem parar de rodar a câmera. Hitchcock tentou isso em “Festim
Diabólico”(The Rope/1949). Robert Altman repetiu na primeira sequencia de “O
Jogador(The Player/1992). Esse meio de expressão foi tentado por Alejandro
Iñarritu em “Birdman”(2014). Seria a maneira de apresentar a agonia do ex-ator
de filme comercial, interprete do super-herói Birdman (Homem Pássaro), guinado
a diretor de teatro para provar que é um
artista e não um elemento de projetos comerciais.
A câmera
corre por corredores & bastidores do teatro muitas e muitas vezes. Quando
chega ao camarim do personagem também se mostra nervosa, sem hiatos. A “folga”seria
o devaneio do ator que se vê como o seu herói de gibi voando por sobre ruas e prédios
de NY.
O filme
poderia seguir uma linguagem introspectiva a la Antonioni, demorando-se em
planos médios e jogando falas. Mas quer sempre ser cinema(movimento). Dessa
forma “Birdman”é um filme marcante. Critica a grande indústria que vive
iludindo a plateia, critica o modo de se fazer teatro, quer ir dentro da alma
do artista embutido na mediocridade que lhe querem (sempre) dar.
Rigoroso
na sua experiência, impressiona. É cinema total.
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