domingo, 1 de março de 2015

Birdman

               O chamado plano-sequencia é um desafio do cineasta em compilar as informações desejadas em uma só tomada, sem parar de rodar a câmera. Hitchcock tentou isso em “Festim Diabólico”(The Rope/1949). Robert Altman repetiu na primeira sequencia de “O Jogador(The Player/1992). Esse meio de expressão foi tentado por Alejandro Iñarritu em “Birdman”(2014). Seria a maneira de apresentar a agonia do ex-ator de filme comercial, interprete do super-herói Birdman (Homem Pássaro), guinado a diretor de teatro para provar que é um  artista e não um elemento de projetos comerciais.
               A câmera corre por corredores & bastidores do teatro muitas e muitas vezes. Quando chega ao camarim do personagem também se mostra nervosa, sem hiatos. A “folga”seria o devaneio do ator que se vê como o seu herói de gibi voando por sobre ruas e prédios de NY.
               O filme poderia seguir uma linguagem introspectiva a la Antonioni, demorando-se em planos médios e jogando falas. Mas quer sempre ser cinema(movimento). Dessa forma “Birdman”é um filme marcante. Critica a grande indústria que vive iludindo a plateia, critica o modo de se fazer teatro, quer ir dentro da alma do artista embutido na mediocridade que lhe querem (sempre) dar.

               Rigoroso na sua experiência, impressiona. É cinema total.

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