Em “Festim Diabólico”(The Rope) Hitchcock brincou de
plano-sequencia ou isenção de cortes. Jurava que filmou de uma só pancada todos
os 100 minutos que seriam projetados. Na verdade colava a câmera numa pessoa,
ou objeto, e nesse momento mudava rolo de filme. Eu filmei assim meus curtas em
16mm nos anos 50/60. Não tinha como editar o material filmado e nem usava
negativo. Apesar disso, apelava para elipses que ajudavam a continuidade. Em “Brinquedo
Perdido”(1962), por exemplo, focava uma tabua e o plano seguinte era uma rua.
Agora o
diretor alemão Sebastian Schipper tenta gravar em “Victoria”(2015) 138 minutos sem corte. Ponham um quase no caminho.
Esforço enorme para o elenco para a iluminação, para toda a equipe. E há mérito
no fato de se corporificar o drama de uma jovem espanhola que trabalha em
Berlim e numa noite é alvo de ladrões que surpreendem por não a estuprarem, mas
a levam de reboque a um assalto com mortes.
Impressiona
o comportamento do elenco quando se sabe que foi ensaiado como no teatro, procurando uma naturalidade como se
vivessem o acontecimento(nunca se pensa em representação).
Creio
que o filme só vai chegar por aqui em dvd. Mas quem pode, faz download.Ai de
nos, cinemeiros, sem a tecnologia que nos supre...
Pedro,
ResponderExcluirEu gosto muito de Festim Diabólico de Alfred Hitchcock. É muito bom filme,feito por um grande diretor que não se negava a experimentar na parte técnica.
Contudo, em minha humilde opinião, penso que o plano sequência prejudica bastante a misencene cinematográfica, já que, compor um filme apenas por plano sequência aproxima demais o cinema de um teatro filmado.
PS.: Valeu a dica, irei procurar... Santo download...
Abraços!
Carlos Lira
Realmente o plano sequencia é uma ginastica formal e nada mais. Como foi o "Dogma" e outros meios de reinventar" o cinem. Faz-se plano-sequencia no enfoque amador por necessidade. Agora mesmo gravei meu vídeo de fim de ano aparentemente desse jeito, mas na verdade cortando aqui e acola para dar andamento à narrativa, Voltara esses recursos é bobagen,
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