terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Saudades Satisfeitas


                Catherine Hardwick pagou o perdao que lhe era exigido por ter feito “Crepusculo” com este “Já Sinto Saudades”(Miss you already)  ora em cartaz. Narrando bem, com muita câmera manual evidenciando closes para enfatizar a amizade entre as personagens de Jess(Drew Barrymore)e Mily (Toni Collette) ela conta a dedicação mutua entre as garotas que se mantem na idade adulta e vai até  a morte de uma delas com câncer.

                O enredo, vindo do roteiro original da atriz de TV, a inglesa Morwenna Banks,lembra alguns melodramas que partiram de doenças como o recente “A Culpa é das Estrelas”(The Fault in our Stars).Por sinal que o texto lembra Johnn Green, autor também de “Cidade de Papel”(Papers Town). A diferença é a favor de Hardwick cuja segurança artesanal e o desempenho fantástico de Toni Collette,incrivelmente não premiado em Hollywood ou adjacências consegue diluir um melodrama com um realismo salpicado de bom humor.

                Poucas vezes se vê no cinema um hino à amizade tão bem entoado. Boas atrizes capricham ajudando uma edição que se vale dos enquadramentos precisos e de uma direção de arte que usa com eficácia locações como a que inspirou Bronté em “O Morro dos Ventos Uivantes”. Ah sim o filme é inglês. Deu para deixar saudades do que fazia David Lean antes de se mudar para Hollywood.

                Milagre: copias só originais no Brasil. Sem as falas manjadas dos dubladores brasileiros.

 

Um comentário:

  1. Pedro,

    Filme interessante e com uma mensagem que nunca é demais.

    Toni Collete está excelente no filme e consegue transfigurar-se lentamente ao longo do filme, valorizando mais ainda sua atuação.

    Uma pena que Drew Barrimore não tenha ajudado muito, pois foi a engraçadinha de sempre, esquecendo, algumas vezes, de trazer o peso dramático e necessário para determinados momentos do filme.

    Isso não tira as virtudes do filme, como bem disseste, os enquadramentos iniciais em closes nos dizem da proximidade das amigas, bem como os planos distantes (e belíssimos) na colina definem o afastamento das amigas.

    Para mim, o ponto fraco do filme é o desenvolvimento (forçado) da gravidez como dilema. Penso que este foi um dilema desnecessário (contar ou não contar? Ser feliz ou fazer-se infeliz diante da tristeza alheia)e que não se fazia necessário, pois a doença em si já é demasiadamente dramática.

    Apesar disto, o brilho do filme perdura em nossos pensamentos após sairmos da sala.

    PS.: Fui ao UCI assistir ao filme legendado. Penso que nós, cinéfilos legendados, tenhamos que comparecer a este novo espaço em quase todas as oportunidades que tivermos a fim de mantermos e cobrarmos que a nova praça exiba filmes legendados (infelizmente às duas da tarda só tinham 12 pessoas).

    Abraços!

    Carlos Lira

    Feliz ano novo!

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