Catherine Hardwick pagou o perdao
que lhe era exigido por ter feito “Crepusculo” com este “Já Sinto Saudades”(Miss
you already) ora em cartaz. Narrando
bem, com muita câmera manual evidenciando closes para enfatizar a amizade entre
as personagens de Jess(Drew Barrymore)e Mily (Toni Collette) ela conta a
dedicação mutua entre as garotas que se mantem na idade adulta e vai até a morte de uma delas com câncer.
O
enredo, vindo do roteiro original da atriz de TV, a inglesa Morwenna Banks,lembra
alguns melodramas que partiram de doenças como o recente “A Culpa é das
Estrelas”(The Fault in our Stars).Por sinal que o texto lembra Johnn Green,
autor também de “Cidade de Papel”(Papers Town). A diferença é a favor de
Hardwick cuja segurança artesanal e o desempenho fantástico de Toni
Collette,incrivelmente não premiado em Hollywood ou adjacências consegue diluir
um melodrama com um realismo salpicado de bom humor.
Poucas
vezes se vê no cinema um hino à amizade tão bem entoado. Boas atrizes capricham
ajudando uma edição que se vale dos enquadramentos precisos e de uma direção de
arte que usa com eficácia locações como a que inspirou Bronté em “O Morro dos
Ventos Uivantes”. Ah sim o filme é inglês. Deu para deixar saudades do que
fazia David Lean antes de se mudar para Hollywood.
Milagre:
copias só originais no Brasil. Sem as falas manjadas dos dubladores
brasileiros.
Pedro,
ResponderExcluirFilme interessante e com uma mensagem que nunca é demais.
Toni Collete está excelente no filme e consegue transfigurar-se lentamente ao longo do filme, valorizando mais ainda sua atuação.
Uma pena que Drew Barrimore não tenha ajudado muito, pois foi a engraçadinha de sempre, esquecendo, algumas vezes, de trazer o peso dramático e necessário para determinados momentos do filme.
Isso não tira as virtudes do filme, como bem disseste, os enquadramentos iniciais em closes nos dizem da proximidade das amigas, bem como os planos distantes (e belíssimos) na colina definem o afastamento das amigas.
Para mim, o ponto fraco do filme é o desenvolvimento (forçado) da gravidez como dilema. Penso que este foi um dilema desnecessário (contar ou não contar? Ser feliz ou fazer-se infeliz diante da tristeza alheia)e que não se fazia necessário, pois a doença em si já é demasiadamente dramática.
Apesar disto, o brilho do filme perdura em nossos pensamentos após sairmos da sala.
PS.: Fui ao UCI assistir ao filme legendado. Penso que nós, cinéfilos legendados, tenhamos que comparecer a este novo espaço em quase todas as oportunidades que tivermos a fim de mantermos e cobrarmos que a nova praça exiba filmes legendados (infelizmente às duas da tarda só tinham 12 pessoas).
Abraços!
Carlos Lira
Feliz ano novo!