segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Pequena Vida e Filme


O velho ditado “tamanho não é documento” ganhou um argumento curioso do diretor de “Nebraska” Alexander Payne auxiliado por Jim Taylor. Trata da miniaturização das pessoas como forma de enfrentar problemas modernos como a superpopulação, a poluição ambiente e a escassez de alimentos.  Só que as pessoas de poucos centímetros  passam a ter os mesmos modelos de vida, com a diferença social acentuada.
                “Um Pequena Grande Vida”(Downsilzing) focaliza um terapeuta recém formado que cuida da mãe idosa e enferma e se maravilha com a técnica de diminuição anunciada por cientistas. Um ano depois dos primeiros cobaias ele e a esposa decidem ficar pequeninos. Mas na hora de tirar cabelos e próteses dentarias para enfrentar a energia que diminui o corpo ela decide não fazer a operação. Ele, pequenino, tem de conviver com o novo mundo que acaba sendo o mesmo em que vivia em termos sociais embora tenha de conviver com outras pessoas e permaneça na expectativa de desastres ecológicos.
                A ideia é boa, mostrando que a índole humana não muda com o aspecto físico que as criaturas possam adquirir, Há pobres e ricos no mundo minúsculo e o herói da historia passa a se interessar por uma jovem asiática que encontra como faxineira do prédio onde mora. O que ele vê através dela confirma a noção de que as coisas não mudam, ou seja, o tamanho das pessoas não implica numa mudança moral.
                Infelizmente a ideia morre do meio para o fim da exposição. Com interpretações sofríveis, especialmente de Matt Demon, vê-se um melodrama sem se firmar nessa especialidade temática. Quem se lembra de “O Incrível Homem que Encolheu”(1956) obra prima de Jack Arnold, sente o esvaziamento da trama em que a diminuição física do ser humano não quer dizer que ele mude de caráter. Nesse filme  usa-se o lema de Descartes(“penso, logo existo”). Aqui em “Pequena Grande Vida” é mesmo “tamanho não é documento”.Com  a boa técnica de exposição física. E só.


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