O velho ditado “tamanho não é documento” ganhou um argumento
curioso do diretor de “Nebraska” Alexander Payne auxiliado por Jim Taylor.
Trata da miniaturização das pessoas como forma de enfrentar problemas modernos
como a superpopulação, a poluição ambiente e a escassez de alimentos. Só que as pessoas de poucos centímetros passam a ter os mesmos modelos de vida, com a
diferença social acentuada.
“Um
Pequena Grande Vida”(Downsilzing) focaliza um terapeuta recém formado que cuida
da mãe idosa e enferma e se maravilha com a técnica de diminuição anunciada por
cientistas. Um ano depois dos primeiros cobaias ele e a esposa decidem ficar pequeninos.
Mas na hora de tirar cabelos e próteses dentarias para enfrentar a energia que diminui
o corpo ela decide não fazer a operação. Ele, pequenino, tem de conviver com o
novo mundo que acaba sendo o mesmo em que vivia em termos sociais embora tenha
de conviver com outras pessoas e permaneça na expectativa de desastres ecológicos.
A ideia
é boa, mostrando que a índole humana não muda com o aspecto físico que as criaturas
possam adquirir, Há pobres e ricos no mundo minúsculo e o herói da historia
passa a se interessar por uma jovem asiática que encontra como faxineira do prédio
onde mora. O que ele vê através dela confirma a noção de que as coisas não
mudam, ou seja, o tamanho das pessoas não implica numa mudança moral.
Infelizmente
a ideia morre do meio para o fim da exposição. Com interpretações sofríveis,
especialmente de Matt Demon, vê-se um melodrama sem se firmar nessa
especialidade temática. Quem se lembra de “O Incrível Homem que Encolheu”(1956)
obra prima de Jack Arnold, sente o esvaziamento da trama em que a diminuição física
do ser humano não quer dizer que ele mude de caráter. Nesse filme usa-se o lema de Descartes(“penso, logo
existo”). Aqui em “Pequena Grande Vida” é mesmo “tamanho não é documento”.Com a boa técnica de exposição física. E só.
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