No dia 26/2/1950 inaugurou-se o meu Cine Bandeirante.
Explico o nome: pioneirismo e minha chegada do Rio em avião da Frota
Bandeirante de Panair do Brasil.
Na madrugada de 26 exibi numa parede de minha casa, na av.
Jeronimo, hoje Gov José Malcher (um absurdo a mudança de nome) o documentário sobre
o carnaval carioca do ano em curso. Dias depois comecei a alugar filme de longa
metragem em 16mm da firma F. Aguiar Cia que recebia películas da RKO.
Fazia exibições na garagem
de casa cobrando Cr$2,00 dos vizinhos(normalmente não cobria o aluguel de
Cr$200,00). Anos depois exibia também de outras distribuidoras através de
outros comerciantes como Caeté Ferreira e Paramazon.
Em uma época fui espaço usado pelo primeiro cineclube da
cidade (“Os Espectadores”) exibindo os filmes a serem apresentados nesse espaço
para que os apresentadores os vissem e comentassem.
Frequentadores que deixaram nomes na cultura regional
iam ver cinema no Bandeirante. Lembro-me
de Waldemar Henrique(assíduo), Benedito e Maria Sylvia Nunes, Max Martins,
Francisco Paulo Mendes e Orlando Costa.
O Bandeirante abrigou de tudo. Dos clássicos de cinematecas
aos melodramas mexicanos da Pel-Mex. Foi minha escola de cinema. No espaço também
ganhei meu próprio romance, vendo filmes com minha namorada. E guardei na
memoria momentos hilários como a queda de um banco com muitas senhoras. Hilário
porque ninguém se feriu e levou o fato na esportiva.
Passei filmes meus também no cineminha caseiro, dando pré-estreias
com a presença dos atores como um grande lançamento hollywoodiano.
As sessões acabaram em 1984 quando deixei a casa onde nasci.
Episódio triste numa historia alegre.
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