“Trama
Fantasma”(Phantom Thread) tem muito a ver com o estilo do diretor Paul Thomas
Andersen com a vantagem de contar com um ator como Daniel Day Lewis, um dos
mais categorizados que se conhece. Mas o roteiro do próprio diretor me parece diluído
na proposta de edificar o tipo principal com as incursões anímicas que envolvem
a sua criação e profissão em licenças sobrenaturais. Ele traria uma ligação
materna na sua mente e consequente trabalho de modista, e não à toa é
assessorado pela única irmã, encontrando o outro tipo de afeto que encararia a
sua sexualidade numa garçonete que não por apenas curiosidade se chama Alma(seria
a sua alma no trabalho e afeto). Essa formula de tratar a psicologia da
personagem mostra-se apegada a uma latente sobrenatural que acaba por diluir o
que seria uma trama introspectiva à maneira de uma realização de Antonioni
enveredando pelos mistérios “hitchcoqueanos” de Rebeca e mesmo “Vertígo”(Um
Corpo que Cai) .
“Trama...”
está no páreo dos Oscar especialmente por Daniel Day Lewis que afirma ser seu
ultimo filme. Excelente ator corresponde à fama num papel difícil, até porque
se molda em diversas vertentes. E as interpretações ajudam no resultado como a
de Lesley Manville, outra figura inglesa em cena (alias o filme é tipicamente britânico)
fazendo a mana-secretaria Cyril.
O
fantasma do titulo chega a tomar aspecto “físico”(é o termo) quando Reynolds
(Day Lewis), doente (envenenado pela mulher/Alma) vê a finada mãe vestida de
noiva perto da porta de entrada de seu quarto. Não é à toa que vestido de noiva
é uma das especialidades do figurinista. Nem o fato de não ter caprichado nisso
quando casa com a jovem por quem se apaixona de súbito embora jamais se livre
dos laços familiares antigos.
Paul
Thomas Anderson é dos poucos cineastas que trabalham em Hollywood com um currículo
lotado de filmes densos. Exemplos se acham desde “Magnolia” ganhando a ousadia
de fazer Adam Sandler trabalhar bem em “Embriagados do Amor”.
Não
creio que o novo trabalho de Anderson vá ganhar Oscar este ano. Mas não destoa
a sua qualidade de cineasta-autor. Pena será Lewis não sair com sua terceira estatueta
(ganhou Oscar por “Meu Pé Esquerdo” e por “Lincoln”). Mas será duro vê-lo
vencer Gary Oldman no antológico Churchill.
“Trama Fantástica”
deve chegar à pelo menos uma sala de schopping local dia 22/2. Confira.
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