segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Trama Fantastica

                “Trama Fantasma”(Phantom Thread) tem muito a ver com o estilo do diretor Paul Thomas Andersen com a vantagem de contar com um ator como Daniel Day Lewis, um dos mais categorizados que se conhece. Mas o roteiro do próprio diretor me parece diluído na proposta de edificar o tipo principal com as incursões anímicas que envolvem a sua criação e profissão em licenças sobrenaturais. Ele traria uma ligação materna na sua mente e consequente trabalho de modista, e não à toa é assessorado pela única irmã, encontrando o outro tipo de afeto que encararia a sua sexualidade numa garçonete que não por apenas curiosidade se chama Alma(seria a sua alma no trabalho e afeto). Essa formula de tratar a psicologia da personagem mostra-se apegada a uma latente sobrenatural que acaba por diluir o que seria uma trama introspectiva à maneira de uma realização de Antonioni enveredando pelos mistérios “hitchcoqueanos” de Rebeca e mesmo “Vertígo”(Um Corpo que Cai) .
                “Trama...” está no páreo dos Oscar especialmente por Daniel Day Lewis que afirma ser seu ultimo filme. Excelente ator corresponde à fama num papel difícil, até porque se molda em diversas vertentes. E as interpretações ajudam no resultado como a de Lesley Manville, outra figura inglesa em cena (alias o filme é tipicamente britânico) fazendo a mana-secretaria Cyril.
                O fantasma do titulo chega a tomar aspecto “físico”(é o termo) quando Reynolds (Day Lewis), doente (envenenado pela mulher/Alma) vê a finada mãe vestida de noiva perto da porta de entrada de seu quarto. Não é à toa que vestido de noiva é uma das especialidades do figurinista. Nem o fato de não ter caprichado nisso quando casa com a jovem por quem se apaixona de súbito embora jamais se livre dos laços familiares antigos.
                Paul Thomas Anderson é dos poucos cineastas que trabalham em Hollywood com um currículo lotado de filmes densos. Exemplos se acham desde “Magnolia” ganhando a ousadia de fazer Adam Sandler trabalhar bem em “Embriagados do Amor”.
                Não creio que o novo trabalho de Anderson vá ganhar Oscar este ano. Mas não destoa a sua qualidade de cineasta-autor. Pena será Lewis não sair com sua terceira estatueta (ganhou Oscar por “Meu Pé Esquerdo” e por “Lincoln”). Mas será duro vê-lo vencer Gary Oldman no antológico Churchill.

                “Trama Fantástica” deve chegar à pelo menos uma sala de schopping local dia 22/2. Confira.

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