“Maria Madalena”(Mary
Madalena/UK,EUA,2017) tem direção de Garth Davis , australiano que conquistou
prêmios na TV e foi candidato a Oscar por “Lion”. O roteiro é assinado por duas
mulheres: Helen Ednmundson e Philippa Goslett. Filmado na Europa e Oriente Médio
segue uma linha feminista ao evidenciar o papel da seguidora de Jesus e a
primeira pessoa ao vê-lo ressuscitado.
Em
termos de historia da religião a novidade, se é que assim se pode dizer, é
seguir a afirmação aceita neste século pelo Vaticano, de que Maria Madalena não
foi a prostituta conhecida por Maria de Magdala (o local de onde veio) quase
vitima de apedrejamento e que Jesus salvou afirmando “Quem não tiver pecado que
atire a primeira pedra”.
A
Madalena focalizada no filme é uma jovem judia direcionada a casar com um
parente e que não aceitava isso, acabando por seguir os apóstolos de Jesus de
Nazaré que perambulavam pela Galileia e por fim seguiriam para Jerusalém onde
aconteceu a crucificação do mestre.
Há algumas
sequencias que endossam a coragem e perseverança da biografada. Uma delas é por
ocasião de um parto difícil de parente quando ajuda botando as mãos no ventre
da gravida e dando força à ela com palavras de coragem.
O roteiro também não focaliza a ressurreição, detendo-se na conversa de Madalena com os apóstolos (especialmente Pedro que no filme é representado pelo negro Chiwetel Ejiofor quebrando com a tradicional pintura de Simão,o pescador, a quem Jesus chamou de Pedro/Pedra). Nem cita o momento em que este reclamou ao Cristo a preferencia dada à mulher seguidora a quem “beijava na boca”(não se vê tal cena). Também se mostra outra face de Judas, a principio na conversa dele Madalena quando conta a historia trágica de sua família depois da Paixão explicando que ao denunciar Jesus queria “apressar a prometida chegada do Reino” derrotando os romanos (o que fica é um plano dele dizendo à Madalena que vai ter com a sua família e outro em que aparece enforcado).
O roteiro também não focaliza a ressurreição, detendo-se na conversa de Madalena com os apóstolos (especialmente Pedro que no filme é representado pelo negro Chiwetel Ejiofor quebrando com a tradicional pintura de Simão,o pescador, a quem Jesus chamou de Pedro/Pedra). Nem cita o momento em que este reclamou ao Cristo a preferencia dada à mulher seguidora a quem “beijava na boca”(não se vê tal cena). Também se mostra outra face de Judas, a principio na conversa dele Madalena quando conta a historia trágica de sua família depois da Paixão explicando que ao denunciar Jesus queria “apressar a prometida chegada do Reino” derrotando os romanos (o que fica é um plano dele dizendo à Madalena que vai ter com a sua família e outro em que aparece enforcado).
Há mudanças
estéticas também na amostragem da Santa Ceia e na crucificação, sem que se veja
as duas cruzes vizinhas de onde está o Nazareno (talvez uma licença poética que
restringe sempre as imagens ao que cerca o Filho de Deus).
Mas se
o filme caminha sempre no sentido de evidenciar o papel da mulher, não só na
qualidade de apostola como em seu núcleo familiar, a direção não se mostra
estimulada em tratar o assunto entre o realismo e a apologia religiosa. Imagens
bonitas das locações e a economia de sequencias esbarram em fatos como a
excessiva maquilagem de Roonie Mara, a interprete principal, ela muitas vezes
vista em close e com a pele reluzente além de cuidados nos cílios como se mesmo
na caminhada pelo deserto permanecesse maquilada. Por sinal que a atriz não parece
se dedicar muito ao papel. E Joaquin Phoenix como Jesus pouco diz ou mostra,
restando planos avulsos de algumas fases da caminhada até á entrada em Jerusalém
, restando um hiato na revolta contra os “vendilhões do templo”(comerciantes
que ficavam nas imediações do lugar sagrado dos judeus) e poucos planos da
agonia na cruz.
Também
não há dinâmica narrativa, hesitando entre a focalização de episódios conhecidos
de religiosos (ou não) sem uma continuidade que implique num acompanhamento dos
fatos expostos.
Das
muitas “vidas de Cristo” já filmadas o melhor continua sendo “A Paixão de
Cristo” de Mel Gibson(2004). Agora, a dedicação à Maria Madalena, resta apenas
como um enfoque da mulher na porfia atual de luta pela igualdade de gênero. Sem
maldade, uma trama feminista. Por curiosidade, a produtora faliu, pois seu
chefe fora acusado de assedio sexual nesta época em que o cinema “varre” os
tipos de conquistadores violentos.
Nos créditos
finais diz-se que Maria Madalena seguidora de Jesus não era a mundana prestes a
ser apedrejada. E registra-se a opinião da Igreja Católica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário