“A Mula”(The Mule) o novo filme dirigido por Clint Eastwood
baseia-se em um artigo publicado no The New York Times, em 2014, sobre Leo
Sharp, um idoso de noventa anos que trabalhou como mula para o cartel de El
Chapo no oeste norteamericano. Clint faz o papel de Earl Stone, homem
que se desvia dos familiares, chegando a faltar ao casamento da filha, e acaba
aderindo ao transporte de drogas para poder pagar despesas como a hipoteca de
sua casa.
Clint não usa maquilagem. A velhice está presente no rosto
enrugado, na magreza percebível, em certa dificuldade de locomoção. Mas é fato
que Leo, aqui chamado Earl, faz mais de dez viagens para os drogueiros e acaba
preso como única forma de escapar com vida dos próprios traficantes que
percebem suas falhas (inclusive quando deixa tudo para ir ao encontro da esposa
moribunda).
O filme é bem construído como os demais do diretor. E ele
deixa a imagem que pede o tipo
principal. Quem viu CE em westerns desde os de Sergio Leone, lamenta que o ídolo
das vesperais de ontem esteja vencido pelo tempo. Mas ainda dá conta da arte
que abraçou. Seu filme do ano passado merece ser visto. Clint fará 89 anos em
maio próximo. Quem o aplaude em tantos títulos que interpretou e dirigiu espera
que passe dos 90. É um dos poucos heroicos veteranos do cinema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário