Os quadrinhos do Capitão
Marvel surgiram no final de 1939 sendo publicados em janeiro de 1940 pela
Fawcett. O herói era o radialista Billy Batson , escolhido por sua bondade para
ser o super-herói capaz de proezas que se via no Super-Homem (Superman), herói nascido
pouco antes nos gibis. Aqui no Brasil o Capitão Marvel aparecia no Gibi Mensal
. A palavra magica que transformava o ingênuo Billy no herói, conhecida por
SHAZAM, derivava cada letra da mitologia grega: S (sabedoria), Hércules (vasta força física), Atlas (resistência, invulnerabilidade), Zeus (poderes mágicos), Aquiles (coragem) e Mércurio (velocidade, capacidade de voo).
Os quadrinhos duraram até
que a DC Comics entrasse em juízo como plagio de Superman. Os desenhistas
deixaram a trama que só voltaria anos depois que a própria DC passasse a usar o
herói em seu quadro do gênero. Hoje ele aparece como Shazam porque a
concorrente da empresa, a Marvel, está usando o termo em seu logotipo e até uma heroína que chamou de Capitã Marvel, nada
a ver com a palavra magica dos velhos tempos.
O filme que chega agora
aos cinemas mundiais nem de longe lembra o seriado que saiu nos anos 41
dirigido por John English e William Witney com Tom Tyler, Foi um prazer para a
garotada de então. Tyler fez 183 papeis em cinema e as crianças dos anos
1940/50 lembravam que ele havia sido também O Fantasma Voador, herói dos quadrinhos
de Lee Falk que também ganhou seriado (chegou a um filme de 1993 com o ator Billy
Zane, perdendo popularidade quando em entrevista depois das filmagens Zane
revelou sua posição homossexual).
O novo filme do Capitão
Marvel, agora só Shazam, acertou como comédia. O roteiro de Henry Gayden de uma historia de Henry Gayden passa pela origem do vilão
Silvana dá outra dimensão a Billy Batson (um menino que se perde da mãe e
cresce num orfanato), põe Freddy Freshman como um estudante sabido(não é o
jornaleiro do gibi) e Mary Marvel chega no fim da festa.
Mas foi sorte o ator de TV e videogame. Sem qualquer nuance
interpretativa é um “cara de pau” guinado a super-herói sem pedigree. Sua falta
de jeito acaba gerando situações cômicas interessantes e o filme só peca pelo
excesso de efeitos digitais. No final, então, cansa a se ver Shazam (ou Cap.
Marvel) tentando tirar o olho de vidro de Silvana, chave da maldade do tipo.
Felizmente as duas horas na tela não geram cansaço. E afinal
de contas é o que de melhor se espera de uma trama ingênua, boba como nasceu
nos quadrinhos de um tempo em que se consumia um gênero de aventuras sem dar
bola para qualquer verossimilhança.
Parece um gol da DC na trave da rival que saiu com uma
Capitã Marvel ridícula.
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