segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A Gagueira do Rei

Quando ficou insuportável a prepotência de Hitler, o Primeiro Ministro inglês, Neville Chamberlain, homem que confiou nas promessas do Acordo de Munique dizendo “it’s a peace in our time”, viu que era impossível evitar uma nova guerra com a Alemanha e renunciou ao cargo. Entrou em cena Winston Churchill. E o rei George VI teve que ir às emissoras de rádio contar ao povo que era hora de (mais uma)guerra. Terrível para o país e para o monarca, complexado pela gagueira adquirida, como quase toda gagueira, de problemas psíquicos vindos da infância.
O filme “O Discurso do Rei”(The King’s Speech) trata dessa fala. E de como George VI conseguiu empolgar seus súditos, que sabiam de sua deficiência fonética, falando muito “sem gaguejar”.
Mas o brilhante trabalho do diretor Tom Hooper e de seu elenco não restou numa situação. Acompanhou George VI desde antes da morte do pai, assistindo a coroação do irmão, vendo este irmão renunciar ao trono para casar com as duas vezes divorciada Bessie Wallis Warfield, relacionamento condenado pela Igreja anglicana e pelo parlamento. Tímido, o novo rei ganhou,graças a um contacto feito por sua mulher, um tratamento psicológico do autodidata Lionel Lugue para gagueira. Deu certo. O rei falou, convenceu, ficou em Londres quando a Luftwafe bombardeava insistentemente a capital inglesa. Ganhou, com isso, a simpatia do povo.
O filme trata a História com sensibilidade e sem rodeios românticos. É raro uma coisa dessas por parte do cinema comercial. Se der Oscar (é o candidato a maior numero de indicações) parabéns à Academia de Hollywood. E Colin Firth está na hora de levar a sua estatueta. Brilhante.

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