sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Na Ponta da Cadeira

Há filmes que entusiasmam a ponto do espectador ficar na ponta da cadeira (cinema ou casa). Dois exemplos que vi e revi recentemente: “172 Horas” e “Vida Contra Vida”. Os enredos se parecem. No primeiro, com base em fato real, um jovem alpinista fica preso numa fenda do deserto de Utah com uma pedra que pesa mais de uma tonelada sobre seu braço. Nessa situação ele passa as horas do titulo e as imagens só derivam de sua agonia por rápidos flashbacks ou flashfowards de momentos alegres com familiares e garotas. O moço só sai do buraco cortando o braço necrosado. Penso que o corte, com uma faca pequena, só foi possível porque o membro já perdera oxigenação & sensibilidade ( e sangrou pouco). Ver a operação de forma realista é o desafio do diretor Danny Boyle e do ator James Franco.
O outro filme é antigo (de 1953).Quem dirige é John Sturges, mestre no western, e trata de uma família que vai passar horas numa distante praia mexicana e o marido é acidentado, caindo uma viga sobre sua perna em plena preamar. A mulher e o filho de 9 anos tem que buscar socorro param tira-lo da situação antes que a maré cresça. Piorando o drama, a mulher, quando sai de carro atrás de socorro, é assediada por um assassino fugitivo.
Cinema de situação pede que o espectador não se canse do que é focalizado. Não é fácil paran um longa-metragem. Nem sempre o tempo de vida é cinematográfico. “Punhos de Campeão” é um exemplo de um desafio bem sucedido (o tempo da ação é o tempo da projeção). Esses dois títulos valem as unhas roídas dos torcedores de fora da tela. E por incrível que pareça, “127 Horas”, candidato a Oscar, não chegou antes da entrega dos prêmios de Hollywood às telas grandes de nossa Belém do Pará, hoje com 19 salas à disposição. Além dom descaso artístico há o descaso comercial. Ah sim: o DVD de “Vida contra Vida” até a hora em que escrevo para o blog ainda não chegou às nossas locadoras.

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