quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Inverno(ou Inferno) da Alma

É possível que alguns filmes do Oscar não cheguem aqui. Mas farão falta “172 Horas” e “Inverno da Alma”(Winter's Bone). O primeiro já comentei aqui no blog. O segundo trata de uma garota de 17 anos que assume a família deixada pelo pai que simplesmente sumiu. A mãe é inválida, os irmãos são pequenos (um casal). Quando ela recebe a noticia de que o pai empenhou a casa onde mora, uma pequena fazenda, resolve procurá-lo. E come o pão que o diabo amassou. Ouve o que não se quer ouvir a apanha feio de uma mulher que sabia do destino do procurado.
O mais impressionante deste filme independente dirigido pela desconhecida (pelo menos para mim) Debra Granik(é o terceiro dela embora só um, “Down the Bone”, seja longo) é a sequencia em que a jovem vai buscar as mãos do pai morto, levada ao encontro do cadáver no fundo de um rio. Ela é quem vai usar de uma serra elétrica para cortar o pedaço do corpo. Tão dura, a cena, como a do moço que corta seu braço comm canivete em “172 Horas”.
Mas o filme não é só um prodígio artesanal, usando de uma linguagem simples, seguindo no ritmo da vida interiorana proposta com muito do toque regionalista. É um apelo à fraternidade, à coragem, ao destemor diante de um cenário cruel.
Jennifer Lawrence é candidata ao prêmio de atriz. Não vai ganhar, se é que eu conheço o pessoal que dá Oscar (a favorita é Natalie Portman). Mas merecia. A menina está soberba. E a direção é tão cuidadosa que não esquece que ela apanhou na cara e por muitas cenas aparece com a bochecha dilatada.
Um belo filme que se chegar por aqui vai com certeza figurar em minha lista de melhores do ano.

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