quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Comédia de Matar(Quem Fez)

Nos anos 50 o estúdio Ealing de Michael Balcon, na Inglaterra, faziam comédias macabras como brincadeiras com crimes e criminosos a exemplo de “As 8 Vitimas”, onde o herói ia matando seus familiares até chegar ao posto e primeiro herdeiro. Alec Guiness foi um dos “crias” do Ealing. Dizia-se que aquilo era o “humor inglês”, tão difícil de ser percebido que dava margem à anedotas de poucas palavras como “ela fechou as pernas e quebrou os óculos dele”.
“Quero Matar Meu Chefe”(Horrible Boss/ EUA,2011) quer seguir a linha Ealing como antes tentou Dany De Vito em “Jogue a Mamãe do Trem”(Throw Mama from the Train/EUA,1987). Aborda 3 funcionários que se cansam de patrões despóticos. O pior deles é David Harken (Kevin Spacey). Os 3 são amigos de bar e concluem que a melhor forma de suportar a vida é mandar os caras para as profundas do inferno. Começam os planos dos assassinatos mas o fazem de forma errada quando contatam um “profissional”negro(Jamie Foxx um dos melhores do elenco) que lhes cobra 5 mil e no fim das contas revela que só otário paga adiantado a quem não conhece por trabalho que não pode reclamar. O mais bizarro da trama é uma dentista ninfômana (Jennifer Aston) que se delicia atacando os clientes anestesiados.
A linha do roteiro aposta na grosseria, na pornochanchada. Mas fraqueja no ritmo. E esvazia a graça do arranjo em que o vilão maior serve de criminoso em um dos casos.
O filme dirigido por Seth Gordon (de “Surpresas do Amor”) só não é abandonado pelo meio porque a opção de ver filme em sala vizinha é pior. Eu só olhei para o relógio uma vez no meio da sessão. Talvez porque a sala do cinema não estivesse tão fria. Um dia desses eu vi um filme bom numa temperatura glacial e quando se dizia que um personagem ia morrer adulto e ainda era visto criança eu pensava para dentro: quando ele morrer eu já morri...congelado.
Certo: é difícil o empregado que num momento da vida não quisesse mandar seu chefe para o diabo que o carregasse. Mas se a idéia para uma comédia caísse nas mãos de um Alexander Mackendrick , diretor de alguns títulos fantásticos do time inglês, a chance de fazer rir era um remédio para relaxar. Aqui, com Mr. Gordon, é puro mau gosto. Especialmente o quadro da dentista e seu funcionário (pateta). Constrangedor.

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