terça-feira, 16 de agosto de 2011

Novas Macaquices














O final do filme “O Planeta dos Macacos”(Planet of the Apes/EUA,1968) foi elogiado entre nós por um dos críticos mais exigentes que eu conheci: Francisco Paulo Mendes. Ele achava o filme de Franklin Schaffner melhor do que o “2001” de Kubrick. E salientava o final, realmente chocante: o astronauta que pensa estar em outro planeta depois de uma longa viagem pelo espaço sideral descobre a Estatua da Liberdade semi enterrada numa praia e, se atira no chão gritando: “-Seus malditos, vocês fizeram isso!!”
O filme com base numa história de Pierre Boulle(1912-1994), o autor de “A Ponte do Rio Kwai”, teve um roteiro primoroso a cargo de Rod Serling(1924-1975), o criador da série de TV “Além da Imaginação” e de Michael Wilson (1914-1978), veterano escritor que contribuiu nos roteiros de “Lawrence da Arábia”, “A Ponte do Rio Kwai”, e trabalhou sem credito no que escreveu Frances Goodrich, Albert Hackett e Frank Capra em “A Felicidade Não se Compra”.
A base nesse tempo de fobia atômica era o fim da civilização se entrasse numa guerra nuclear que nos anos 60 parecia próxima. A civilização não só desapareceria como haveria uma mutação genética radical voltando na escadaria genética do homem ao macaco.
O filme de agora. “Planeta dos Macacos, A Origem” (Rise of thePlanet of the Apes/EUA,2011) tem roteiro de Rick Jaffa e Amanda Silver, ambos autores do “Olho por Olho” de John Schlensinger . A base é a explicação de como os símios evoluíram. Seria um tratamento efetuado no século XXI com objetivo de estimular os neurônios e com isso curarr doenças como o Mal de Alzheimer. Os macacos cobaias ficavam inteligentes e começavam uma revolta contra os humanos que os escravizavam.
Felizmente o roteiro de agora não viaja muito pelo futuro. Mas o final é de um dos macacos tratados em cima de uma arvore olhando, absorto, para a cidade grande. Oxalá tudo termine aí, mas pela bilheteria que o filme está auferindo é quase certo que surja um novo “episódio” e a série só vá acabar quando a macacada sobreviver à uma guerra mundial. Aliás, é possível que os “imaginosos” roteiristas de Hollywood, estimulados pelos produtores cada vez mais comerciantes, omita a guerra atômica e deixe que um desgaste natural pelo desprezo da espécie enterre “Miss Liberty”. Vale dizer que os macacos sepultam o ícone de sua escravidão. Pode ser. O interessante no filme de agora, dirigido por Ruppert Wyat, inglês revelado em “The Escapist”(2008), é que a narrativa é célere e explora o que interessa do tema, diminuindo a “obrigação” de um romance entre o cientista interpretado por James Franco(“172 Horas”) e Freida Pinto a indiana de “Quem quer ser um Milionário” e já com um filme de Woody Allen em seu currículo(“V. Vai conhecer o Homem de seus Sonhos”).
Dessas seqüências oportunistas que andam por aí esta é a melhor. Incrível dizer isso, mas é verdade. E o ator que faz o macaco Ceasar, , Andy Serkis, que já esteve no “King Kong” de Peter Jackson, é fantástico(não só por estar maquilado mas por fazer crer suas macaqueadas).
Vale espiar.

Um comentário:

  1. Um blog simpático e singelo , cuja fachada lembra o meu ... mas, Aristóteles já dizia: "o que é simples, é eterno!"
    E, retribuo com o meu, que é literário, o TROPICALEIDOSCÓPIO
    http://[email protected]/

    Solicito um acerto: a ordem de leitura dos 3 últimos contos,alguns laureados nacionalmente, é a seguinte: 1-Um Rompimento; 2-Reencontro no Lennon Bar; e 3-Kátia, foi Passear no Bosque ...

    Ok... buenas tardes : LUIZ / 17.08.2011

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