domingo, 18 de setembro de 2011

Realmente Barbaro

Não estou freqüentando assiduamente as sessões extras por dois motivos:primeiro porque quase todos os filmes lançados eu já vi em DVD (e dificilmente faço revisão em tela maior imaginando o desconforto de sair de casa nesse tempo de transito caótico e violência em cada esquina). Depois estou selecionando muito o que vejo por conta de uma cada vez maior certeza do que me satisfaz. Não sou mais o critico intransigente do passado. Hoje admiro o slogan da Imovision quando distribui seus filmes em discos digitais: “Leve para casa o filme que você gosta”. Virei escravo do meu gosto. Se ele alguma vezes expõe uma fragilidade cultural que eu mesmo atacava quando dirigia cineclube, sem medo assumo uma posição que me define, ou seja, conforta meus sentimentos. Com isso estou conhecendo os novos blockbuster em pescarias na internet. “Conan”é um desses pescados. E bendigo a tecnologia que me poupou de ir ao cinema, sujeito a horário, filas e frio glacial de algumas salas, ver o que de pior se pode fazer nessa arte.
“Conan 2011”é realmente bárbaro. Não só no roteiro que expõe a idéia da selvageria de uma gente em um tempo como na péssima realização cinematográfica, seja na condução do elenco, seja no roteiro em si, seja na direção de arte, seja na maquilagem, na música, na edição que metralha seqüências para tapar buracos de representação (se um personagem vai bater em outro corta-se rápido, usa-se o ruído correspondente, e passa-se para um close do batido).
A origem do herói, um livreto que desconheço, e seu passado nas telas a revelar a canastrice de Arnold Schwarzenegger,ganhou a direção do problemático John Millius, um ex-roteirista (até de "Apoclipse Now") que só fez um filme importante:"O Vento e o Leão". Não foi um desastre total. Apesar do ator (que nunca foi isso), tinha o que ver na fabula que vislumbrava a chegada da Idade Média. Agora, a mania de refilmagem expõe ao ridículo o jovem havaiano Jason Mamoa, o diretor Marcus Nispel e se especializa na construção de cenas de massacres, com os recursos do CGI para rolar cabeças ao uso da espada miraculosa do mocinho.
Um exemplo de mau cinema. A se juntar a tantos exibidos este ano. A sorte é que no período muito de bom surgiu.É o ano de “A Arvore da Vida”,”Um Mundo Melhor”, “O Discurso do Rei” e outros títulos que vão ficar. Por isso um ano em que, apesar de meu comodismo justificado acima, fui muito a cinema.

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