quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Tem ET no Faroeste

Há quem diga que a Terra é observada pelos seres do espaço desde o tempo em que se amarrava cachorro com lingüiça. Mas o filme “Cowboys & Aliens” não saiu dessa história. Na verdade Steven Spielberg, Ron Howard e até Jon Faveau, foram consumidores de gibis que mostravam em separado aventuras de Hopalong Cassidy e de Flarh Gordon ou Brick Bradford.
O filme dirigido por Faveau e produzido pelos amigos nostálgicos procura misturar as coisas como se o Durango Kid, ao invés de ajudar a diligencia afugentando os bandidos depara com monstros do espaço à maneira daquele que veio do Planeta X e guardou quase uma cidade inteira no porão mais próximo.
A salada pop tem de tudo. O herói sem memória que traz uma enigmática pulseira no braço pode se chamar “O Estranho sem Nome”. A garota enigmática que surge num saloon é como a filha do cientista que descobriu um pequeno planeta próximo da Terra e acaba dando de cara com o et feioso seqüestrador de humanos (tal como o do filme “Casei-me com um Monstro”). Os cowboys unem-se aos índios no combate ao inimigo espacial. Sinal dos tempos (esqueceram os peles-vermelhas que roubaram Natalie Wood em “Rastros do Ódio”). E a nave espacial fincada no solo árido esteve agorinha mesmo no “Super 8” que o próprio Spileberg botou para JJ Abrams dirigir.
Os espectadores mais velhos poderiam gostar. Mas a condução não é simplista como o cinema de vesperal passatempo. A cor lembra o que Gore Verbinski fez na animação “Rango”(com mais procedência).Eu não gostei. Até Harrison Ford mostra-se fora de forma, longe de Indiana Jones. Ah sim, o xerife une-se ao possível vilão na caça aos ETs. Um prato no fim das contas indigesto. Melhor rever as matrizes em casa.São ingênuas o bastante para soltar o riso. No filme de agora, produzido com muitos recursos, é uma viagem na máquina do tempo em que se atola num paradoxo a lembrar o do Claudio Torres neste “Homem do Futuro” também em cartaz. E essas lembranças de criança grande chegam emprenhadas de “adultismo” chato. Quando eu era moleque de ver seriado consumia as bobagens sem criticar o fato do chapéu do herói não cair na hora da porrada. E os ETs falarem inglês com sotaque de Oxford. Valia todo e quanto mais mentirinha melhor. Assim ficou na memória um tempo. E nem tinha tecnicolor. Era tudo feito nos quintais da Columbia ou Republic...

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