segunda-feira, 19 de março de 2012

Cinderelas sem Sapatos

Eu ouvia e lia, nos anos que dobraram a esquina, interpretações digna dos manos Grimm sobre o romance do rei inglês Edward VIII com a norte-americana casada Wallis Simpson. O monarca chegou a renunciar o trono pela donzela que na época ainda era esposa de um militar, Ernst Aldrich Simpson, por sinal o segundo marido dela (o primeiro foi Earln Winfield Spencer Jr, ex-capitão do regimento Coldstream Guards). Entre os dois maridos Wallis conheceu Edward em Londres. Na época a censura vinda do palácio de Buckinham adestrada pela igreja condenava tudo. Mas o jovem monarca inglês parece que tinha visto o titulo em portugues daquele filme com Errol Flynn,”Meu Reino por um Amor”. E despachou Ernst que não podia reclamar uma vontade nobre. Nesse tempo dizia-se também que o casal casado contra a maré foi feliz como Branca de Neve e/ou Cinderela.
Chega “W.E.”, o filme de Madonna, e mostra que nem tudo foi florido ou colorido no “affair” real. Diz até que os amantes estavam com os pés no divorcio quando, em 1972,ele se foi. Contando isso numa ótica feminista Madonna faz contraponto com uma Wallis de Nova York século XXI e neste caso uma esposa de médico saco de porrada e guinada a um leão de chacara russo. Em montagem paralela vê-se as duas mulheres nas suas crises que passam da alcova para as salas reais.
Há muita coisa boa no filme. O travelling para cima de uma arvore quando Edward (que na intimidade era chamado David) conta à amada a sua decisão de deixar a coroa, passando dos galhos altos para o teto decorado de uma dependencia do palácio real onde se fala mal dele, é muito curioso. E há um leilão dos bens do chamado Duque de Windsor onde a montagem abre espaço no tempo e se vê os donos das reliquias expostas. Tudo no compasso dinâmico de permanencia da imagem em foco. Compensando há uma caminhada da moça moderna por ruas alagadas que ficariam melhor na sala de corte. E tantas e tantas filiogranas inuteis que aumentam o tempo de projeção aom limite da paciência.
Mesmo com seus tropeços “W.E.” vale o ingresso. A mim valeu ate o taxi para o cinema ja que meu fusca não anda dia de semana posto que o transito é impróprio para menores. Melhor mesmo do que vi antes, perto de casa, fiando-me na ficção cientifica que desejava conhecer de Edard Rice Burroughs e no talento do diretor Andrew Stanton desmonstrado em “Wall E”: “John Carter”. Ali tanbém se toca em princesa entre amor e casamento forçado. Mas que saco! Mais de duas horas de CGI e mesmices. Ali o caso foi impróprio para maiores...

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