Melodrama (drama meloso) é o que a musica popular cantou
como “filme triste”. Minha mãe não gostava, e eu imagino como ela se sentiria
ao ver “Estamos Todos Bem” de Giuseppe Tornatore ora relançado em DVD. Ela que
ia pelo nome da “fita”, sairia do cinema em lagrimas ao ver o que acontece com
o velho Matteo(Marcelo Mastroianni) que busca os filhos por diversos cantos da Itália
e se pensa o tempo todo que a mulher dele ficou em casa(quando, no fecho, vê-se
que está numa sepultura). Sim, os “meninos” estão mal, sendo que um deles se
matou(atirou-se no oceano e jamais foi encontrado).
Tornatore gostava de filme “saca lagrima”. Que diga o
celebre “Cinema Paradiso”, sucesso internacional menos em Belém. Ali a vitima
era uma sala de exibições e seu projecionista, Alfredo (Philippe Noiret). O
final mostrava imagens cortadas nos filmes que se exibiam nesse espaço e foram
cortadas por um padre do lugar.
É uma tradição latina o melodrama. Mas o anglo-saxão também o
aborda. Os filmes do diretor Douglas Sirk servem de exemplo. “Sublime Obsessão”,
“Tudo o que o céu permite”, são exemplos de choramingas. Rock Hudson era o galã
da empresa e sempre estava nos títulos que em alguns casos eram refilmagens. O gênero
era tão popular que o alemão Rainer Werner Fassbinder, membro do fechadíssimo grupo
de novos cineastas germânicos, abordava-o. Exemplo é “Lili Marlene” reexibido
agora em Belém.
Eu dizia que tem filmes em que o espectador precisaria de
toalha para enxugar as lagrimas. Lenço não dava. A critica de antes metia o
pau. Mas hoje pensa que se a coisa emociona é porque tem valor. Não se atiça
emoções em mais nem menos. Essas bobagens da Marvel, improprias para maiores de
10 anos, podem fazer chorar: mas de raiva.
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