quinta-feira, 23 de abril de 2015

Melodramas


Melodrama (drama meloso) é o que a musica popular cantou como “filme triste”. Minha mãe não gostava, e eu imagino como ela se sentiria ao ver “Estamos Todos Bem” de Giuseppe Tornatore ora relançado em DVD. Ela que ia pelo nome da “fita”, sairia do cinema em lagrimas ao ver o que acontece com o velho Matteo(Marcelo Mastroianni) que busca os filhos por diversos cantos da Itália e se pensa o tempo todo que a mulher dele ficou em casa(quando, no fecho, vê-se que está numa sepultura). Sim, os “meninos” estão mal, sendo que um deles se matou(atirou-se no oceano e jamais foi encontrado).

Tornatore gostava de filme “saca lagrima”. Que diga o celebre “Cinema Paradiso”, sucesso internacional menos em Belém. Ali a vitima era uma sala de exibições e seu projecionista, Alfredo (Philippe Noiret). O final mostrava imagens cortadas nos filmes que se exibiam nesse espaço e foram cortadas por um padre do lugar.

É uma tradição latina o melodrama. Mas o anglo-saxão também o aborda. Os filmes do diretor Douglas Sirk servem de exemplo. “Sublime Obsessão”, “Tudo o que o céu permite”, são exemplos de choramingas. Rock Hudson era o galã da empresa e sempre estava nos títulos que em alguns casos eram refilmagens. O gênero era tão popular que o alemão Rainer Werner Fassbinder, membro do fechadíssimo grupo de novos cineastas germânicos, abordava-o. Exemplo é “Lili Marlene” reexibido agora em Belém.

Eu dizia que tem filmes em que o espectador precisaria de toalha para enxugar as lagrimas. Lenço não dava. A critica de antes metia o pau. Mas hoje pensa que se a coisa emociona é porque tem valor. Não se atiça emoções em mais nem menos. Essas bobagens da Marvel, improprias para maiores de 10 anos, podem fazer chorar: mas de raiva.

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