quinta-feira, 16 de abril de 2015

Nas telas

"Elles" mostra uma hibrida de jornalista e dona de casa que ao entrevistar duas garotas de programa, dublê de estudantes, transparece no fundo uma inveja da liberdade dessas jovens.Na rotina caseira, marido sempre ausente, filho descobrindo a rebeldia da idade e outro filho, este criança, a pedir mimos. deixa de saldo um passo para a depressão.
Juliette Binoche dá o tom certo ao tipo, mas a realização abusa de sequencias de sexo para garantir a bilheteria. A mim não pareceu outra coisa. Outros cineastas abordaram o tema ficando na sugestão e economia de planos ("Ellas" podia ser bem mais curto).
"Ida", o Oscar de filme estrangeiro, arrasta-se para dimensionar a predileção de uma garota criada em orfanato que quer ser freira. Noviça prestes a assumir o habito, é levada ao encontro de uma tia que pesquisa onde e como seus pais morreram durante a 2aGuerra. Nesse encontro ela sabe que é judia e acaba, ao descobrir o lugar do assassinato de pai e mãe, a atração do sexo. Mas isso não impede que volte ao convento.
O diretor usa o preto e branco,o enquadramento antigo, e quase não move a câmera. Essa preguiça proposital talvez queira dimensionar a opção da garota. Mas não cola. O filme é sobretudo chato.E não me parece interessante mostrar que a noviça comportada seja fã de chatice.
É isso: os cartazes não atraem. Exceto as reapresentações das sessões extras. E alguns dos documentários de Silvio Tendler especialmente "Barbárie e Utopia". Desse cineasta e muito bom documentarista, só põe nota destoante na retrospectiva uma biografia de Castro Alves a perder léguas para aquele filme português que retratou o poeta baiano através do ator Paulo Mauricio("Vendaval Maravilhoso"/1949,de Leitão de Barros).

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