quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Planeta Vermelho


               Nas locadoras o filme “O Planeta Vermelho”(Last Days on Mars/2013) de Ruairi Robinson. Corajosamente o roteiro de Clive Dawson com base num conto de Sidney J.Bounds ataca o que já se viu muitas vezes. Marte em cinema já foi visitado e eu lembro essas visitas desde a década de 50 quando Llloyd Bridges(pai de Jeff e Beau) acabou indo bater por la quando sua nave, Rocktship XM, desviou-se da lua( no Brasil o filme se chamou “Da Terra a Lua” e eu pensei que tinha a ver com H.G.Wells ou Jules Verne). Daí em diante aconteceu de tudo no solo marciano. O pior foi quando ouviram de lá de longe o Sermão da Montanha. Em “O Planeta Vermelho” de original realmente “Red Planet Mars”,Peter Graves como Chris Cronyn ouvia a mensagem cristã e o filme do diretor Henrich Horner(1910-1994) então estreante, ganhava as bênçãos do senador McCarthy, o regente da “caça aos comunistas”. Engraçado é que a mensagem provocava uma nova revolução em Moscou...

               Marte foi visitado por muitos cineastas responsáveis, mas Tim Burton deu uma dimensão gaiata aos marcianos que caberia muito bem no bando de besteiras feitas em nome do planeta vizinho(relativamente). Em “Marte Ataca!” os ets malvados só perdiam a parada quando ouviam uma daquelas operetas que nas telas serviam à voz de Jeanette MacDonald.

               Agorinha mesmo Ridley Scott foi ao “vermelhinho” com “Perdido em Marte”(The Martian). Ganhou o fato de ser um dos poucos filmes do gênero a estremecer as bilheterias. Dizia-se na indústria do cinema que Marte dava azar. Scott quebrou esse tabu. Seu filme é bem interessante e corta essa de vilão marciano. Coisa que “O Planeta Vermelho” repisa, mas na forma de micro-organismo. Uma bactéria achada no solo contamina os pesquisadores terrestres e de um grupo numeroso só um escapa com vida  mesmo assim, falando em sua nave próxima à estação orbital que o levaria de volta à casa , que poderia estar contaminado e que, sem combustível e bateria estava condenado a ficar orbitando ate que lhe pegassem de algum modo.

               O filme que por aqui em cinema não chegou é interessante apesar de alguns chavões. Pelo menos respeita a topografia do planeta como se sabe pela ciência e alerta para um fato que não está isento de ser real. Interessante até por se eximir de um tipo de roteiro que via no solo marciano resquícios de uma civilização a dizer que nós, terrestres, viemos de lá quando os habitantes destruíram o ambiente com as mesmas ermas que estamos a destruir o nosso(tema de um dos filmes do tipo).

               Quem acompanha as “marcianatas” que veja o trabalho ora em DVD. Reparem que eu escrevo “marcianatas”. Marcianita era um rock primitivo que por aqui fez sucesso na voz de Sergio Murilo. Otimista pacas ele dizia que “nos anos 70 seriamos felizes os dois”(ele e a garota de Marte). Afinal em 68 estávamos no solo lunar e do jeito que estava a guerra fria era viável ganhar pontos mais adiante no espaço.

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